28 de dezembro de 2007

NA SALA ESCURA: Peões em Jogo







IRA.
«Quer acabar com a Guerra do Terror? Sim ou não?» Senador Jasper Irving (Tom Cruise)

O cinema de causas, de discurso abertamente político está, hoje em dia, pouco exposto nas salas de cinema. As mensagens ainda surgem no ecrã, mas muitas vezes camufladas por missões heróicas estereotipadas ou efeitos especiais que quase obnubilam as motivações de quem quer passar uma mensagem.

O que se passa é que há sempre múltiplas orientações, ideologias que confundem, algo que o cinema tende, por motivos diversos (sendo o principal por razões de simplificação dramática face a um espectador que gosta pouco de duplos sentidos...), a sintetizar numa generosa arte maniqueísta.

Para lá desta constatação, Robert Redford constrói em PEÕES EM JOGO um interessante novelo assente nos tempos movediços de hoje, com a ordem internacional sobejamente conhecida e mediatizada, na qual os norte-americanos são mais do que meros «peões».

Por isso mesmo, o filme acerta ao dividir-se em três histórias, esquemáticas é certo, mas que se esforçam por retratar três modalidades discursivas: uma na crença conservadora de avançar sobre o inimigo (no espectacular encontro entre a jornalista interpretada com mestria por Meryl Streep e o senador republicano de Tom Cruise); outra no ideal liberal, algo carente de ideais (conversa entre o professor interpretado por Robert Redford e o seu jovem pupilo); e a da peripécia no terreno de guerra, vivida em alta tensão por dois soldados, de mente aberta ao diálogo, mas que rejeitam cruzar os braços perante os desafios bélicos do seu país.

Neste ambicioso e complexo tecido geopolítico, o realizador Robert Redford volta a demonstrar ser capaz de criar um cinema político sério que, para lá das conotações liberais da sua mensagem, se esforça por mostrar que a guerra se constrói (e manipula) em diferentes campos e que os media têm uma palavra a dizer na elaboração do facto político.

Se há uma personagem que talvez fraqueje na sua espessura, essa é a do próprio Redford, um professor veterano que parece querer copiar o estilo de Robin Williams em «O Clube dos Poetas Mortos». Fora isso, há aqui bom cinema, excelente direcção de actores e um bom argumento, daqueles que nos fazem hesitar perante as notícias que circulam e o espaço entre a verdadeira motivação de um político e a encenação encontrada para a divulgar.


PEÕES EM JOGO
De Robert Redford (2007)
* * * *
Feito há moda dos longos filmes de conspiração política, este novo trabalho de Robert Redford é um tratado de cinema nos dias agitados de hoje, com muitas críticas ao rumo da Governação norte-americana. Concordando-se ou não com o discurso que pende para o liberalismo, o filme é um profundo jogo de actores, que se movem num tabuleiro de xadrez gerido por convicções nem sempre muito homogéneas. Tom Cruise e Meryl Streep são o ponto alto do filme, numa longa conversa digna de antologia. Fora isso, Redford mantém a competência na gestão de duas outras histórias que criam um mosaico sério sobre a convulsão política. E o medo de tomar decisões.

22 de dezembro de 2007

Os MEUS POSTERS: Estranho Mundo de Jack
























GULA.
Enfim, a época natalícia está em pleno e a pausa no trabalho também. Nestes dias de descanso, deixo no ar o imaginário contagiante de O ESTRANHO MUNDO DE JACK. Para quem acredita no lado «enternecedoramente negro» do Natal e no imaginário gótico de Burton. 2008 está à porta...

Novo fôlego aos 99 anos








AVAREZA.
«Não olho para os filmes que fiz.» MANOEL DE OLIVEIRA

A homenagem já vem tardia mas não podia deixar de ser feita: Manoel de Oliveira comemorou 99 anos no dia 11 de Dezembro e decidiu dar entrevistas a tudo o que é órgão de informação, mostrando estar à beira do centenário com uma vitalidade invejável.

Para o comprovar, está a soberba entrevista concedida ao «Expresso» em que o realizador de «Porto da Minha Infância», «A Carta» ou «Vale Abraão» fala dos seus projectos futuros, revela uma imensa consideração sobre a sua arte e, acima de tudo, revela lucidez. Para falar de ética, obra de arte ou memórias cinéfilas.

Mais odiado do que desejado, Manoel de Olivieira será um daqueles cineastas que só daqui a várias décadas terá o valor merecido
.

Não tem uma forma de fazer cinema convencional, fácil, homogénea. Não... O seu estilo é disperso, dengoso, lento e algo conservador. Mas revela o traço prolífico e o cariz erudito de elevar a sua câmara para um espaço cénico que oscila entre o cinema, o teatro ou o puro quadro.

Talvez seja isso: o seu cinema é uma imensa galeria de quadros muito pensados. Com um traço de artista que não se esquece. A vitalidade pode continuar em pleno à beira dos 100 anos. Manoel de Oliveira merece aplausos de pé.

13 de dezembro de 2007

NA SALA ESCURA: A Estranha em Mim







IRA.
«Sempre acreditei que o medo pertencia às outras pessoas. Pessoas mais fracas. Nunca antes me tinha tocado. Até que tocou.» ERICA (Jodie Foster)

Como expor a violência no grande ecrã sem resvalar para o óbvio? A resposta já nos tinha sido dada bem recentemente com o tratado intimista de «Uma História de Violência», em que David Cronenberg revelava a outra pele do aparentemente pacífico Viggo Mortensen. Agora foi a vez de Neil Jordan nos ferir a vista não tanto pela crueza das imagens (que também as há...) mas pelas convulsões interiores de uma mulher.

O facto da história de A ESTRANHA EM MIM se centrar numa mulher acaba por espoletar envolvência emocional e surpresa face à mutação psicológica da personagem de Jodie Foster.

Sem condescendências, o filme desaba sobre nós logo no início, quando Erica, uma apaixonada locutora de rádio perde o seu noivo num abrupto e inexplicável assalto. Mas esse é apenas o ponto de viragem, a força motriz capaz de nos explicar o abalo sentimental que a protagonista sofre.

Em vez de indefesa, a «nova Erica» torna-se uma mulher fria, lacónica e que reage para não sucumbir ao medo. Uma mudança inesperada mas descrita com uma densidade moral inabalável e que comprova o talento de Neil Jordan (quem viu com atenção «Jogo de Lágrimas» ou «O Fim da Aventura» sabe disso muito bem) para a incisão dramática.

Além de brutal e voraz, A ESTRANHA EM MIM tem outra grande qualidade: é muito bem filmado. A forma como o realizador encadeia as imagens do assalto com as que são filmadas pela câmara de um dos criminosos é de uma beleza terrífica, bem como o balancear visual entre as imagens do corpo da personagem de Jodie Foster em coma com os momentos íntimos com o futuro marido (entretanto assassinado).

Há muitas ideias técnicas por aqui e só o final moralmente condenável, a querer forçar o «twist», pode fragilizar um dos mais brilhantes tratados sobre a convulsão de valores e as oscilações de personalidade. Será que Jodie Foster traz o terceiro Óscar de Melhor Actriz para casa?



A ESTRANHA EM MIM
De Neil Jordan (2007)
* * * * *

Uma mulher que vive à procura das «entranhas» da cidade, torna-se uma estranha de si própria quando o seu noivo é assassinado num brutal ataque criminoso. De repente, as mesmas ruas de Nova Iorque que adorava percorrer em busca de sons para o seu programa de rádio tornam-se locais de medo, com personagens estranhas e potenciais ameaças. Sucumbir a esse sentimento podia parecer a opção mais óbvia, mas aí não chegaríamos a um dos mais brilhantes tratados modernos sobre as implicações da violência. Neil Jordan é um realizador de primeira linha e Jodie Foster volta a acertar em mais um desempenho intenso. Que se lhe cola de tal forma à pele, que nem sequer imaginamos outra actriz no seu lugar. Um dos filmes do ano!

QUIZ: A que filme pertence esta imagem?








Não, não era nada fácil o desafio anterior... Como é Natal escolhi uma obra bem mais adequada à época. Esta é bem mais acessível, há que reconhecer.

Solução do QUIZ anterior: Sequência de UMBERTO D., obra neorealista do italiano Vittorio De Sica.

9 de dezembro de 2007

CINEFILIA: As cinco promessas de Dezembro







SOBERBA. Nesta época, quem vai ao cinema é para levar a família atrás e desfrutar uma experiência ligeira, de preferência com doses de fantasia que se fossem de açucar faziam sucumbir um diabético ao fim de poucos minutos. Pelo menos, é o que parecem acreditar os distribuidores. No meio do turbilhão de estreias, há ainda casos de excepção que querem tornar o mês de Dezembro menos gelado do que os termómetros.

- A HISTÓRIA DE UMA ABELHA: Apesar de vir no lote dos filmes para toda a família, esta nova animação com insectos quer ser a fábula moderna e de humor irónico deste Natal. Trunfos? Ter Jerry Seinfeld atrás do projecto e da voz da personagem principal. Por isso, nada de ceder à versão dobrada em português.

- CALL GIRL: António-Pedro Vasconcelos não faz maus filmes e cada nova obra é sempre um ponto a favor para a cinematografia nacional. Todavia, ter puxado por Soraia Chaves, mais uma vez com pouca roupa e de chicote na mão parece, à primeira vista, querer ceder à máxima que filme português tem de ter largas cenas de nudez. Será mesmo assim? Ao menos, que faça esquecer depressa o «bluff» que foi «Corrupção».

- O SONHO COMANDA A VIDA: Chega com grande atraso esta obra dirigida pelo irmão de Gwyneth Paltrow. Mas parece que é daqueles projectos pequeninos mas com muito que se lhe diga. Trata-se da história de um músico em decadência que tem de compor «jingles» para publicidade para sobreviver. Ao questionar o valor do talento no mundo globalizado, o filme conta com Gwyneth, Penélope Cruz, Danny De Vito e o «british» Martin Freeman que, no inspirado cartaz promocional, surgem todos de olhos vendados.

- MY BLUEBERRY NIGHTS: Um dos projectos mais aguardados do ano, não só por ser a tentativa de Wong Kar-Wai no cinema de língua inglesa, mas por mostrar Norah Jones pela primeira vez no grande ecrã. Entre o intimismo e o romance assolapado, a obra narra uma jornada sentimental que dividiu a crítica.

- THE PAPER WILL BE BLUE: No campeonato do cinema europeu de cariz alternativo, esta obra romena promete ser um caso a ter em conta. Motivo? Narrar com profundidade a forma como um soldado abandona o seu pelotão e decide lutar pela causa da revolução que assola o país. Cinema de guerra com neurónios é proposta a reter. E que venha 2008...

OS MEUS POSTERS: Elizabeth - Golden Age

























IRA.
A obra candidata-se a ser uma das desilusões do ano. Porquê? Porque apesar da potente reconstituição de época, do guarda-roupa e de Cate Blanchett, falha em transmitir emoções. ELIZABETH - THE GOLDEN AGE impõe o imaginário histórico, mas torna a acção tão pesada quanto uma velha e supérflua peça de museu.

8 de dezembro de 2007

O QUE AÍ VEM... O Amor nos Tempos da Cólera







SOBERBA.
Ainda meio zonzo com a notícia de que uma produtora norte-americana adquiriu os direitos da obra «O Codex 632», de José Rodrigues dos Santos, para uma futura adaptação audiovisual, eis que chega com estreia discreta aos cinemas norte.americanos uma adaptação do clássico O AMOR NOS TEMPOS DA CÓLERA, de Gabriel García Marquez.

O livro ainda hoje figura nas minhas mais presentes memórias literárias, principalmente porque foi das primeiras obras sólidas que li, ainda adolescente.

Além disso, trata-se de uma soberba história de amor, descrita com aquele rendilhado linguístico que só os grandes escritores latinos parecem evidenciar com paixão genuína. O cruzamento oscilante das vidas de Fermina Daza e Florentino Ariza, que dura longas décadas de desencontros, não deve ser nada fácil de transpor para o grande ecrã sem cair em facilitismos emocionais.

A crítica, aquando da estreia lá fora deste filme de Mike Newell (realizador de «Quatro Casamentos e um Funeral» e «O Sorriso de Mona Lisa»), ficou pouco impressionada. Pontos a favor? Os nomes de Javier Bardem e Fernanda Montenegro no elenco. Pontos desfavoráveis? O academismo esperado na condução da história. Falha que esperemos que «O Ensaio Sobre a Cegueira», de Fernando Meirelles, venha a evitar...

A sátira no devido lugar







LUXÚRIA.
«A diferença entre as minhas personagens e as de um filme de Hollywood? As minhas são reais.» SPIKE LEE
Um dos méritos de «A Última Hora», a obra anterior de Spike Lee a este filme que revi recentemente, era o de permitir, pela primeira vez, olhar de frente para as feridas profundas que os atentados terroristas do 11 de Setembro de 2001 deixaram na auto-estima dos americanos.

Nesse filme, um dos mais ovacionados numa carreira irregular, Lee apostou na contenção dramática e colocou a vivência intimista de um traficante à frente do seu gosto pela análise social agressiva – excepto no já célebre monólogo que a personagem de Edward Norton expressa frente ao espelho.

Dois anos depois, o realizador de «Do the Right Thing» e «Malcom X» superou o luto, regressou à comédia e colocou a sátira no seu devido lugar, isto é, em quase todas as cenas.

ELA ODEIA-ME traz de volta o gosto pela controvérsia – que se verificou inclusivamente na aceitação dividida dos críticos – e muitas ideias sobre as fragilidades emergentes num modelo social cosmopolita.

É um filme partido em dois que começa por apresentar a personagem Jack Armstrong (Anthony Mackie) como executivo de um próspera empresa, despedido ao recusar ficar calado por ter assistido a práticas desprovidas de ética.

Pouco tempo depois, a acção deixa de se assumir como uma análise estilizada sobre corrupção corporativa e muda radicalmente de coordenadas, voltando a colocar Jack no meio de uma intrincada trama. Um reflexo dos tempos modernos: a sua ex-namorada, Fatima (Kerry Washington), agora com uma relação duradoura com outra mulher, pede-lhe para ser o pai biológico dos filhos que ela e a namorada pretendem vir a ter sem recurso à inseminação artificial.

Quando menos espera, Jack torna-se numa espécie de gigolo utilitário para lésbicas bem sucedidas que querem um dador de esperma saudável a troco de dez mil dólares. Este episódio torna ELA ODEIA-ME num filme caricatural sobre novos laços familiares, ainda que a premissa original de Spike Lee não seja explorada com muito equilíbrio – a evolução das personagens «encaixadas» de John Turturro (numa imitação desnecessária de Marlon Brando em «O Padrinho») e de Monica Bellucci são a prova disso mesmo.

No final, mais do que comédia sexual de costumes, o que se verifica em ELA ODEIA-ME é que a veia satírica de Spike Lee não abrandou de tom. Está é mais sofisticada e… concentrada do que nunca. Em perto de duas horas e meia, tecem-se juízos sobre concorrência empresarial, interesses corporativos, xenofobia, homossexualidade, prostituição, novas famílias, justiça e até há analogias forçadas ao caso político de «Watergate».

Para compensar alguma falta de gestão dramática suportada por óptimos diálogos, o filme tem para oferecer uma realização segura, com especial relevo para a fotografia de Matthew Libatique.

A edição digital de ELA ODEIA-ME apresenta a obra com óptima qualidade de imagem e som, embora seja muito parca em matéria de extras. Além do trailer estar ausente, o DVD inclui apenas cenas inéditas que pouco acrescentam à história e outras versões de alguns planos incluídos na montagem final.

2 de dezembro de 2007

OS SETE PECADOS DE... Novembro 2007







AVAREZA.
As descobertas nas lojas de DVD em segunda mão continuam. Numa tarde cinzenta, descubro por entre muitas obras repetidas, o clássico AS IRMÃS DE GION, de Kenji Mizoguchi por meros cinco euros. Trata-se da história de duas orientais que decidem encontrar «ricos patronos» para as suportarem, livrando-se uma delas de um homem que a faz perder tempo e dinheiro. Curioso como sou pelo cinema oriental, senti que voltei mais uma vez a contornar o sistema: este clássico vale pelo menos o triplo do valor por que o comprei!


IRA. Vai inteirinha para a composição de Jodie Foster em A ESTRANHA EM MIM (ainda há traduções livres em português que funcionam, esta é uma delas!). Dirigida por Neil Jordan, a actriz convence na pele da mulher atormentada pela morte abrupta do noivo que se transforma num ser diferente e irracionalmente vingativo. O trabalho de Foster é soberbo, mas a realização de Neil Jordan também é merecedora de todos os elogios. Aqui, a vingança serve-se fria, principalmente quando o sangue gela.

SOBERBA. Mês de Novembro rima cada vez mais com Natal e começa a ser particularmente irritante as estreias obrigatórias dos filmes para toda a família a pensar na época. Como já não há «O Senhor dos Anéis» e «Harry Potter» só para o ano, os produtores tratam de resolver a questão e colocam em exibição um par de filmes que podem ter os seus méritos, mas que são colados ao rótulo de «filmes do fantástico» para justificar o aparato de meios e efeitos especiais. É o caso de BEOWULF ou a ESTRELA DOURADA, obras que ainda não vi mas que já considero o «marketing» de duvidosa orginalidade.

GULA. A reposição de ERASERHEAD no cinema (ainda que na mais discreta sala da capital...) deixa um bom prenúncio: a arte de reviver clássicos ou descobri-los pela primeira vez tem sido um esforço que o produtor Paulo Branco tem conduzido com mérito. Graças a ele, obras de Antonioni, Tati ou Visconti puderam ser recordadas na sala escura. Agora foi a vez de Lynch, mesmo que a experiência seja um caótico e bizarro encontro com a mente abstracta do cineasta. Mesmo assim, queremos mais!

PREGUIÇA. Efeito secundário de se ter adquirido uma televisão de grandes dimensões: não querer saltar do sofá e procurar ver todos os filmes da videoteca, comprados há meses, mais ainda sem tempo de os disfrutar. O LCD é entretenimento puro... e torna-nos mais caseiros.

LUXÚRIA. O triângulo amoroso entre Cate Blanchett, Clive Owen e Abbie Cornish são o amor impossível do mês, apesar da oportunidade desperdiçada de se criar um genuíno retrato sentimental. ELIZABETH-A IDADE DE OURO é um filme histórico sumptuoso, com bons actores, mas falta algo fundamental no cinema: a emoção.

INVEJA. As estreias estão a multiplicar-se todas as semanas. Começa a ser bastante frequente a semana em que chegam aos ecrãs seis ou sete filmes novos. Algo que reflecte maior oferta, mas que dificulta quem gosta de ir ao cinema uma/duas vezes por semana e, mesmo assim, ficar a par do que de bom se vai fazendo. Quem o consegue são os críticos, pagos para verem diariamente o que os outros se têm de desdobrar (e roubar horas ao sono) para fazer. Se a inveja matasse...

OS MEUS POSTERS: Eraserhead

























GULA.
Estranho, irreverente, expressionista, abstracto, bizarro, lento, intimista, asqueroso, surreal, gótico, negro. ERASERHEAD é tudo isto ao mesmo tempo e de cada vez. David Lynch é o único realizador capaz de «brincar» com o espectador desta forma. A obra, essa, descobri-a há dois dias.