AVAREZA. «Espero que este prémio represente boas notícias para pequenos cineastas de países pequenos, porque não parece ser necessário um grande orçamento e um monte de estrelas», Cristian Mungiu, no discurso de entrega da Palma d'Ouro
A diferença entre os Óscares e a Palma d'Ouro de Cannes é, além do sopro europeu que envolve todo o festival, a capacidade deste último ainda surpreender. E a surpresa voltou a ser notícia na última edição, graças ao prémio principal ser entregue ao drama romeno 4 MESES, 3 SEMANAS E 2 DIAS, do (relativamente) jovem Cristian Mungiu, que conquista o galardão cobiçado por muitos cineastas veteranos ao fim da sua segunda longa-metragem. Um sinal de que Cannes ainda olha para as singularidades de cinematografias mais pequenas (alguém se lembra de um bom filme romeno que tenha visto ultimamente?) e desdenha obras grandiosas, muitas vezes feitas a pensar cirurgicamente nas entregas de prémios. Diz, quem viu, que 4 MESES, 3 SEMANAS E 2 DIAS é um tocante olhar da Roménia nos últimos anos de regime comunista, com o melodrama de dois jovens a braços com uma gravidez indesejada. Quem não viu, vai poder fazê-lo mais tarde, porque já está assegurada a exibição desta obra lá mais para o final do ano. Boas notícias, num cartaz cinematográfico que se iniciou trôpego e à mercê das inevitáveis sequelas da «rainha» Hollywood. Esperam-se também, até ao fim do ano, as exibições das últimas obras de Michael Moore, Quentin Tarantino ou Wong Kar-Wai. Quem espera desespera.
1 comentário:
Mudaste o template. Uhmmm. Não está mal. Gosto do negro para blogs sobre a sétima arte.
Abraço
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