4 de junho de 2007

De mansinho se ganha uma Palma d'Ouro

AVAREZA. «Espero que este prémio represente boas notícias para pequenos cineastas de países pequenos, porque não parece ser necessário um grande orçamento e um monte de estrelas», Cristian Mungiu, no discurso de entrega da Palma d'Ouro

A diferença entre os Óscares e a Palma d'Ouro de Cannes é, além do sopro europeu que envolve todo o festival, a capacidade deste último ainda surpreender. E a surpresa voltou a ser notícia na última edição, graças ao prémio principal ser entregue ao drama romeno 4 MESES, 3 SEMANAS E 2 DIAS, do (relativamente) jovem Cristian Mungiu, que conquista o galardão cobiçado por muitos cineastas veteranos ao fim da sua segunda longa-metragem. Um sinal de que Cannes ainda olha para as singularidades de cinematografias mais pequenas (alguém se lembra de um bom filme romeno que tenha visto ultimamente?) e desdenha obras grandiosas, muitas vezes feitas a pensar cirurgicamente nas entregas de prémios. Diz, quem viu, que 4 MESES, 3 SEMANAS E 2 DIAS é um tocante olhar da Roménia nos últimos anos de regime comunista, com o melodrama de dois jovens a braços com uma gravidez indesejada. Quem não viu, vai poder fazê-lo mais tarde, porque já está assegurada a exibição desta obra lá mais para o final do ano. Boas notícias, num cartaz cinematográfico que se iniciou trôpego e à mercê das inevitáveis sequelas da «rainha» Hollywood. Esperam-se também, até ao fim do ano, as exibições das últimas obras de Michael Moore, Quentin Tarantino ou Wong Kar-Wai. Quem espera desespera.

1 comentário:

emot disse...

Mudaste o template. Uhmmm. Não está mal. Gosto do negro para blogs sobre a sétima arte.
Abraço