12 de julho de 2008

NA SALA ESCURA: Rir é um golpe de mestre







GULA.
«Talvez seja melhor desistir e voltar a vender 'noodles'.» PO (Jack Black)

Todos os verões o ritual repete-se: entre as grandes produções à conquista dos jovens que estão de férias grandes e com muito tempo para ir ao cinema, há um ou outro filme de animação que se esforça por competir com a nova obra-prima da Pixar.

Este ano, a honra coube a O PANDA DO KUNG FU e, o que é certo, é que esta fita de acção combinada com humor físico não fica atrás dos trabalhos do estúdio que já nos deu «Os Incríveis» ou «À Procura de Nemo» e que se prepara para estrear «Wall E».

Divertido e inconsequente, simples na condução da acção e no modo como convoca referências dos clássicos de artes marciais, O PANDA DO KUNG FU é ligeiro - na melhor acepção desse termo - com a garantia de fazer rir. Pelo puro prazer de esboçar um sorriso.

O mérito está na acção, dinâmica e ambiciosa, que segue os passos de um panda anafado e sonhador para se tornar no mestre dos mestres da arte de luta. Po é, antes de mais, uma inteligente composição de Jack Black, cada vez melhor humorista, cada vez mais certeiro num estilo que embaraça, mas que se encaixa como uma luva neste caso.

Depois, há ainda Dustin Hoffman como Shifu, o chefe muito céptico, que tem a missão de provar que os augúrios estavam correctos ao apontarem para Po como a nova esperança para uma comunidade fragilizada.

Nesta boa combinação de vozes expressivas com um desenho irrepreensível, quer na cor, quer no traço, a Dreamworks deixa as vulnerabilidades de outrora e está mais próxima de um grande filme. Sim, O PANDA DO KUNG FU é um grande filme de Verão!


Outra crítica aqui:


O PANDA DO KUNG FU
De Mark Osborne e John Stevenson (2008)
* * * *
A animação já raramente surpreende, dada a multiplicidade de obras cada vez mais parecidas umas com as outras. Neste ponto, O PANDA DO KUNG FU também não é a originalidade das originalidades, mas supera a prova porque se assume logo desde o início como um filme que quer divertir, fazer passar um bom bocado, sem estar à procura de outro objectivo do que ganhar o seu cunho, o seu público. E consegue-o na perfeição. Por esse esforço, pela animação perfeita e pelas vozes de Jack Black e Dustin Hoffman, o filme merece todos os aplausos.

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