3 de junho de 2010
THE END
O SIN CINEMA fica por aqui. Irá renascer num outro espaço e com um outro modelo em breve. Aos fiéis seguidores deste blogue, o meu obrigado. E o cinema continua...
25 de abril de 2010
23 de abril de 2010
NA SALA ESCURA: Os extremos da vingança
IRA. «A parte mais difícil não é tomar uma decisão. É viver com ela.» Jonas (Bruce McGill)
Os sentimentos inerentes à vingança são um manancial de ideias para um filme. Traduzir a dor e a angústia por imagens é sempre tão apelativo quanto a perversidade e o prazer de estar finalmente a ajustar contas.
Hollywood sabe disso e é por essa razão que a arte de fazer justiça é o cerne de um punhado de filmes todos os anos, assim como de séries televisivas em catadupa.
A proposta mais arrojada das últimas semanas neste campo chama-se UM CIDADÃO EXEMPLAR e é um trabalho bem executado que respira essencialmente dessa vontade acutilante de alguém se vingar. Só neste conceito está o confronto com a moralidade, o medo e um calculismo que alimenta o thriller, elevando-o para o território da quase demência.
Viver em função de um ajuste de contas pode ser difícil de sustentar por mais de hora e meia e este trabalho de F. Gary Gray ressente-se disso. Cai demasiadas vezes nas fórmulas do policial que se quer inteligente, mesmo quando esse esforço é em vão. Ninguém acredita na dose de maquiavelismo que sustenta a personagem de Gerard Butler, homem forçado a agir pelas próprias mãos, quando a Justiça não pune como deve os assassinos da sua mulher e filha pequena.
No fundo, o espectador está do lado do protagonista ao início, mas rapidamente se desprende quando percebe que as convicções do mesmo são apenas meras ilustrações artificiais de uma vingança que vai perdendo o sentido à medida que a acção avança e os planos do homem amargurado são tão imponderáveis quanto o caso Freeport ficar cabalmente esclarecido nos próximos seis meses.
Entre o filme de tribunal e o thriller de cortar a respiração, UM CIDADÃO EXEMPLAR consegue impor-se, ainda que à força e com a subtileza de um elefante numa loja de porcelanas. Elogia-se a entrega de Butler à sua personagem atormentada, o modo como a obra se desprende dos conceitos viciados de herói e vilão, além de que se tem de dar a mão à palmatória na conjugação de elementos que permitem pensar que um homem pode arruinar tudo à sua volta, mesmo encontrando-se preso numa apertada cela.
Pelo caminho, fica um contido Jamie Foxx como o promotor que tenta transmitir racionalidade neste jogo impróprio para cardíacos, ainda que seja um erro de casting. Afinal, de boas intenções está o inferno cheio e Butler engole Foxx desde os primeiros minutos. O filme é dele. E é ele que concentra os maiores méritos e defeitos deste trabalho musculado, que se deu muito bem nas bilheteira norte-americanas. A vingança pode ser uma obra de arte. Ainda que esta só se concretize no cinema.
UM CIDADÃO EXEMPLAR
De F. Gary Gray (2009)
* *
Depois da morte violenta da mulher e da filha, e quando os assassinos são indevidamente punidos, um homem amargurado demora dez anos a conceber um plano que prevê o fim de todos aqueles que estiveram de algum modo envolvidos na injustiça que lhe desfez o sentido da vida... É esta a premissa de mais um policial inventivo e forçado que o cinema norte-americano tanto gosta de explorar. É certo que testar os extremos da vingança impõe espectacularidade e assegura dramatismo em alguns papéis - Gerard Butler agarra muito bem a sua personagem -, mas também retira credibilidade e força o filme a entrar por caminhos hiperbólicos, que retiram coesão ao produto final. Um filme competente e dinâmico, mas apenas isso.
Hollywood sabe disso e é por essa razão que a arte de fazer justiça é o cerne de um punhado de filmes todos os anos, assim como de séries televisivas em catadupa.
A proposta mais arrojada das últimas semanas neste campo chama-se UM CIDADÃO EXEMPLAR e é um trabalho bem executado que respira essencialmente dessa vontade acutilante de alguém se vingar. Só neste conceito está o confronto com a moralidade, o medo e um calculismo que alimenta o thriller, elevando-o para o território da quase demência.
Viver em função de um ajuste de contas pode ser difícil de sustentar por mais de hora e meia e este trabalho de F. Gary Gray ressente-se disso. Cai demasiadas vezes nas fórmulas do policial que se quer inteligente, mesmo quando esse esforço é em vão. Ninguém acredita na dose de maquiavelismo que sustenta a personagem de Gerard Butler, homem forçado a agir pelas próprias mãos, quando a Justiça não pune como deve os assassinos da sua mulher e filha pequena.
No fundo, o espectador está do lado do protagonista ao início, mas rapidamente se desprende quando percebe que as convicções do mesmo são apenas meras ilustrações artificiais de uma vingança que vai perdendo o sentido à medida que a acção avança e os planos do homem amargurado são tão imponderáveis quanto o caso Freeport ficar cabalmente esclarecido nos próximos seis meses.
Entre o filme de tribunal e o thriller de cortar a respiração, UM CIDADÃO EXEMPLAR consegue impor-se, ainda que à força e com a subtileza de um elefante numa loja de porcelanas. Elogia-se a entrega de Butler à sua personagem atormentada, o modo como a obra se desprende dos conceitos viciados de herói e vilão, além de que se tem de dar a mão à palmatória na conjugação de elementos que permitem pensar que um homem pode arruinar tudo à sua volta, mesmo encontrando-se preso numa apertada cela.
Pelo caminho, fica um contido Jamie Foxx como o promotor que tenta transmitir racionalidade neste jogo impróprio para cardíacos, ainda que seja um erro de casting. Afinal, de boas intenções está o inferno cheio e Butler engole Foxx desde os primeiros minutos. O filme é dele. E é ele que concentra os maiores méritos e defeitos deste trabalho musculado, que se deu muito bem nas bilheteira norte-americanas. A vingança pode ser uma obra de arte. Ainda que esta só se concretize no cinema.
UM CIDADÃO EXEMPLAR
De F. Gary Gray (2009)
* *
Depois da morte violenta da mulher e da filha, e quando os assassinos são indevidamente punidos, um homem amargurado demora dez anos a conceber um plano que prevê o fim de todos aqueles que estiveram de algum modo envolvidos na injustiça que lhe desfez o sentido da vida... É esta a premissa de mais um policial inventivo e forçado que o cinema norte-americano tanto gosta de explorar. É certo que testar os extremos da vingança impõe espectacularidade e assegura dramatismo em alguns papéis - Gerard Butler agarra muito bem a sua personagem -, mas também retira credibilidade e força o filme a entrar por caminhos hiperbólicos, que retiram coesão ao produto final. Um filme competente e dinâmico, mas apenas isso.
20 de abril de 2010
QUIZ: A que filme pertence esta imagem?
19 de abril de 2010
NA SALA ESCURA: Dois estilos animados
GULA. «Tudo o que sabemos a vosso respeito está errado.» HICCUP em Como Treinares o Teu Dragão
Já em diversas ocasiões reflecti sobre o estado da animação. Nunca esteve tão forte, imaginativa e tecnologicamente avançada. COMO TREINARES O TEU DRAGÃO, da Dreamworks, e A PRINCESA E O SAPO, da Disney, comprovam-no, ainda que o façam de formas diferentes.
Um sinal de que a indústria tem músculo para inventar, testar novas regras, mesmo que nestes dois casos vá buscar inspiração a modelos por diversas vezes testados, divertindo-se a invertê-los ou, simplesmente, a convocá-los.
O que têm em comum estas duas propostas? Foram êxitos consideráveis nas bilheteiras e são dois bons exemplos de que é possível encontrar um equilíbrio entre técnica e gestão dramática.
No caso de A PRINCESA E O SAPO, que se estreou no início do ano, o prodígio de revitalizar a animação clássica da Disney, optando pelo traço em vez do píxel, é de aplaudir, até porque o filme convoca grande parte do património animado dos estúdios, ainda num tempo pré-Pixar.
A história da princesa que é negra, sonhadora, pouco interessada em futilidades femininas, trabalhadora e modesta, representa também algum arrojo na construção das personagens que é digno de nota. Se não, veja-se: o príncipe é autoritário, preguiçoso e mulherengo em grande parte da acção; a princesa loura e vaidosa, é mimada até ao tutano e insuportável de aturar; os parceiros do par protagonista são animais pouco convencionais - um crocodilo trompetista e um pirilampo desdentado; além disso, os números musicais bebem muito mais do versátil jazz de Nova Orleães do que propriamente de baladas xaroposas.
Tudo excelentes opções, reflexo de uma produção que se quis actualizar sem, contudo, desdenhar das raízes da Disney.
Já COMO TREINARES O TEU DRAGÃO comprova que a Dreamworks continua a fazer sombra à Disney, para lá da saga 'Shrek'. Depois de uma série de tentativas mais divertidas do que profundas, consegue-se aqui também animar os adultos, tal como as crianças.
Esta viagem pelo tempo dos vikings não tem tempos mortos e inverte o imaginário do dragão assustador, cuspidor de fogo. A fábula é carregada de boas intenções, mas tudo é exposto na altura certa, dando espaço às personagens para se desenvolverem.
O 3D utilizado mostra que a técnica está-se a impor com uma rapidez impressionante. Ainda assim, COMO TREINARES O TEU DRAGÃO tira partido dela sem se centrar nela. É um filme que vale por si, com muitos mais méritos do que fraquezas.
Em suma: a animação está bem e recomenda-se. Para gáudio do público e dos bolsos dos produtores de cinema.
COMO TREINARES O TEU DRAGÃO
De Dean DeBlois e Chris Sanders (2010)
* * * *
O imaginário dos vikings foi uma ideia de génio para articular tudo com as criaturas aladas que, à primeira vista, são ameaçadoras, mas que escondem muitos segredos, que um jovem desarticulado com a sua comunidade vai aprender a respeitar. Além de uma óptima animação 3D, este delicioso filme comprova que a Dreamworks consegue quase alcançar o nível máximo dos estúdios Pixar. É caloroso e muito divertido. Está a arrasar as bilheteiras de todo o mundo! Por isso, não deve tardar a sequela...
A PRINCESA E O SAPO
De Ron Clements e John Musker (2009)
* * * *
Quem viu 'O Rei Leão', 'A Pequena Sereia' ou 'A Bela e o Monstro' consegue matar saudadas com este conto de fadas com mais reviravoltas do que é suposto. Divertido e bem construído, este filme tem aura de clássico, embora a sua dinâmica seja moderna. Com óptima animação e música de Nova Orleães, A PRINCESA E O SAPO é um caso raro de bom gosto. Que deve ser desfrutado em família. Foi nomeado para três Óscares - Melhor Filme de Animação e Melhor Canção Original, com os temas 'Almost There' e 'Down in New Orleans'.
Um sinal de que a indústria tem músculo para inventar, testar novas regras, mesmo que nestes dois casos vá buscar inspiração a modelos por diversas vezes testados, divertindo-se a invertê-los ou, simplesmente, a convocá-los.
O que têm em comum estas duas propostas? Foram êxitos consideráveis nas bilheteiras e são dois bons exemplos de que é possível encontrar um equilíbrio entre técnica e gestão dramática.
No caso de A PRINCESA E O SAPO, que se estreou no início do ano, o prodígio de revitalizar a animação clássica da Disney, optando pelo traço em vez do píxel, é de aplaudir, até porque o filme convoca grande parte do património animado dos estúdios, ainda num tempo pré-Pixar.
A história da princesa que é negra, sonhadora, pouco interessada em futilidades femininas, trabalhadora e modesta, representa também algum arrojo na construção das personagens que é digno de nota. Se não, veja-se: o príncipe é autoritário, preguiçoso e mulherengo em grande parte da acção; a princesa loura e vaidosa, é mimada até ao tutano e insuportável de aturar; os parceiros do par protagonista são animais pouco convencionais - um crocodilo trompetista e um pirilampo desdentado; além disso, os números musicais bebem muito mais do versátil jazz de Nova Orleães do que propriamente de baladas xaroposas.
Tudo excelentes opções, reflexo de uma produção que se quis actualizar sem, contudo, desdenhar das raízes da Disney.
Já COMO TREINARES O TEU DRAGÃO comprova que a Dreamworks continua a fazer sombra à Disney, para lá da saga 'Shrek'. Depois de uma série de tentativas mais divertidas do que profundas, consegue-se aqui também animar os adultos, tal como as crianças.
Esta viagem pelo tempo dos vikings não tem tempos mortos e inverte o imaginário do dragão assustador, cuspidor de fogo. A fábula é carregada de boas intenções, mas tudo é exposto na altura certa, dando espaço às personagens para se desenvolverem.
O 3D utilizado mostra que a técnica está-se a impor com uma rapidez impressionante. Ainda assim, COMO TREINARES O TEU DRAGÃO tira partido dela sem se centrar nela. É um filme que vale por si, com muitos mais méritos do que fraquezas.
Em suma: a animação está bem e recomenda-se. Para gáudio do público e dos bolsos dos produtores de cinema.
COMO TREINARES O TEU DRAGÃO
De Dean DeBlois e Chris Sanders (2010)
* * * *
O imaginário dos vikings foi uma ideia de génio para articular tudo com as criaturas aladas que, à primeira vista, são ameaçadoras, mas que escondem muitos segredos, que um jovem desarticulado com a sua comunidade vai aprender a respeitar. Além de uma óptima animação 3D, este delicioso filme comprova que a Dreamworks consegue quase alcançar o nível máximo dos estúdios Pixar. É caloroso e muito divertido. Está a arrasar as bilheteiras de todo o mundo! Por isso, não deve tardar a sequela...
A PRINCESA E O SAPO
De Ron Clements e John Musker (2009)
* * * *
Quem viu 'O Rei Leão', 'A Pequena Sereia' ou 'A Bela e o Monstro' consegue matar saudadas com este conto de fadas com mais reviravoltas do que é suposto. Divertido e bem construído, este filme tem aura de clássico, embora a sua dinâmica seja moderna. Com óptima animação e música de Nova Orleães, A PRINCESA E O SAPO é um caso raro de bom gosto. Que deve ser desfrutado em família. Foi nomeado para três Óscares - Melhor Filme de Animação e Melhor Canção Original, com os temas 'Almost There' e 'Down in New Orleans'.
11 de abril de 2010
CINEFILIA: As cinco promessas de Abril
SOBERBA. Abril é um mês de impasse: as estreias mais fortes pré-Óscares já por nós passaram e aguardam-se as grandes apostas para o Verão cinematográfico.
É algo que explica a míngua de bons filmes, ausência de projectos de autor ou algo de realmente interessante. Por isso, nada como seleccionar bem o que se pode ver ou aproveitar para apanhar ainda em sala os projectos que escaparam nos primeiros meses do ano, período de verdadeira overdose de estreias.
- GREEN ZONE - COMBATE PELA VERDADE: Arrisca-se a ser o filme de acção mais sólido da temporada e uma das últimas investidas de Matt Damon como herói de alta voltagem - o actor já afirmou estar cansado de correrias... Ainda assim, há elogios por toda a parte a este trabalho que une o actor a Paul Greengrass, responsáveis por grande parte do êxito da trilogia de Jason Bourne. Damon é um sargento no terreno vulnerável do Iraque, que procura armas de destruição maciça enquanto se apercebe de uma conspiração...
- PÁRE, ESCUTE, OLHE: É bom perceber que apesar de nunca ter estado tão em baixo, o cinema português vai resistindo. Quando se sabe que o documentário tem força e público por cá (os números de cada edição do DocLisboa comprovam-no), chega às salas este documentário de Jorge Pelicano sobre as memórias dos transmontanos da centenária linha ferroviária do Tua, entre Bragança e Mirandela. Portugal questiona as suas gentes.
- HOMEM DE FERRO 2: É a obra-pipoca do mês que surge com expectativas em alta devido ao bom resultado do primeiro filme. É certo que as sequelas deixam quase sempre um amargo de boca, mas aqui, além de Robert Downey Jr. há outros factores de interesse, nomeadamente ao nível do elenco renovado. Por aqui passarão Samuel L. Jackson, Don Cheadle e ainda as muito aguardadas presenças de Scarlett Johansson e Mickey Rourke.
- 9: A animação lembra os trabalhos mais engenhosos de Tim Burton, mas o que se sabe é que o filme desapontou nas bilheteiras norte-americanas. É um retrato de um mundo pós-apocalíptico sem o tom adocicado de 'Wall-E'. O protagonista é um pequeno boneco de sarapilheira que decide perceber por que razão as máquinas dominam o planeta.
- O TEMPO QUE RESTA: Produção britânica de Elia Suleiman, que opta aqui pelo retrato semi-biográfico. Do mesmo realizador israelita que causou surpresa com 'Intervenção Divina', eis uma produção dividida em quatro episódios sobre uma família, desde 1948 até à actualidade. Uma tentativa de mostrar os palestinianos que foram chamados de "israelo-árabes". Vivendo numa espécie de campo minado no seu próprio país.
É algo que explica a míngua de bons filmes, ausência de projectos de autor ou algo de realmente interessante. Por isso, nada como seleccionar bem o que se pode ver ou aproveitar para apanhar ainda em sala os projectos que escaparam nos primeiros meses do ano, período de verdadeira overdose de estreias.
- GREEN ZONE - COMBATE PELA VERDADE: Arrisca-se a ser o filme de acção mais sólido da temporada e uma das últimas investidas de Matt Damon como herói de alta voltagem - o actor já afirmou estar cansado de correrias... Ainda assim, há elogios por toda a parte a este trabalho que une o actor a Paul Greengrass, responsáveis por grande parte do êxito da trilogia de Jason Bourne. Damon é um sargento no terreno vulnerável do Iraque, que procura armas de destruição maciça enquanto se apercebe de uma conspiração...
- PÁRE, ESCUTE, OLHE: É bom perceber que apesar de nunca ter estado tão em baixo, o cinema português vai resistindo. Quando se sabe que o documentário tem força e público por cá (os números de cada edição do DocLisboa comprovam-no), chega às salas este documentário de Jorge Pelicano sobre as memórias dos transmontanos da centenária linha ferroviária do Tua, entre Bragança e Mirandela. Portugal questiona as suas gentes.
- HOMEM DE FERRO 2: É a obra-pipoca do mês que surge com expectativas em alta devido ao bom resultado do primeiro filme. É certo que as sequelas deixam quase sempre um amargo de boca, mas aqui, além de Robert Downey Jr. há outros factores de interesse, nomeadamente ao nível do elenco renovado. Por aqui passarão Samuel L. Jackson, Don Cheadle e ainda as muito aguardadas presenças de Scarlett Johansson e Mickey Rourke.
- 9: A animação lembra os trabalhos mais engenhosos de Tim Burton, mas o que se sabe é que o filme desapontou nas bilheteiras norte-americanas. É um retrato de um mundo pós-apocalíptico sem o tom adocicado de 'Wall-E'. O protagonista é um pequeno boneco de sarapilheira que decide perceber por que razão as máquinas dominam o planeta.
- O TEMPO QUE RESTA: Produção britânica de Elia Suleiman, que opta aqui pelo retrato semi-biográfico. Do mesmo realizador israelita que causou surpresa com 'Intervenção Divina', eis uma produção dividida em quatro episódios sobre uma família, desde 1948 até à actualidade. Uma tentativa de mostrar os palestinianos que foram chamados de "israelo-árabes". Vivendo numa espécie de campo minado no seu próprio país.
8 de abril de 2010
6 de abril de 2010
OS SETE PECADOS DE... Março 2010
LUXÚRIA. É um clássico daqueles... mesmo que só agora se tenha descoberto. Ver Ingrid Bergman a enlouquecer numa terra áspera, permanentemente ameaçada por um vulcão, na Itália profunda, é o trunfo de Roberto Rossellini em STROMBOLI. A personagem feminina chega ao ponto de trair o marido, numa gruta, com um pescador que lhe promete aliviá-la do pesadelo. Nada mais errado, porque aqui o caminho é mesmo para o precipício...
PREGUIÇA. É bom ver que a revista portuguesa 'Premiere' percebeu que precisa de se renovar para fazer a diferença. Com um novo naipe de nomes, textos mais incisivos e menos presos a sinopses desajustadas, além de fazer um esforço para apostar em exclusivos, a publicação tem a alma revigorada. Mas continuar a chegar às bancas com duas semanas de atraso face ao início do mês, é daqueles tiros no pé que vão custar caro... É assim que se quer conquistar leitores?!
GULA. A Valentim de Carvalho Multimédia teve uma boa ideia: pegar na obra de François Truffaut, já editada pela Costa do Castelo, e agrupá-la em dois packs de muito bom gosto e a um preço bem mais acessível: depois das aventuras de Antoine Doinel, acaba de chegar o conjunto 'O Amor e as Mulheres', que aglutina, nada mais nada menos, do que 'Jules e Jim', 'Angústia', 'As Duas Inglesas e o Continente', 'Uma Bela Rapariga', 'O Último Metro' e 'A Mulher do Lado'. Vale a pena.
IRA. Estou prestes a acabar de fazer uma colecção de cinema de guerra. Para lá de algumas desilusões (como a nova versão de 'Quatro Penas Brancas'), óptimas surpresas: o jogo de nervos de 'Submarino U-571' é um entretenimento a toda a prova, com óptima dinâmica e um excelente trabalho de Jonathan Mustow com a câmara... Até o canastrão Matthew McConaughey se sai bem. Mesmo que a tripulação real da história tenha sido britânica e não norte-americana como é mostrada no filme. Subtilezas típicas de Hollywood.
AVAREZA. A forma como o cinema Nimas, bem localizado em Lisboa, deixou de passar filmes e se dedica a espectáculos está mal explicada. Mais uma boa sala independente que desaparece da vida cultural lisboeta. Sem ai nem ui.
INVEJA. A animação já consegue ir a todo o lado. Quando ainda suspirávamos pela óptima passagem da Disney pela imagem tradicional de 'A Princesa e o Sapo', eis que nos chega 'Como Treinares o Teu Dragão', da Dreamworks, a aliar uma boa história ao cada vez mais omnipresente 3D. Já não há limites!
SOBERBA. Os livros de Ian Fleming sobre 007 acabam de ser relançados em edições muito bem feitas, com capas sugestivas - graças a estilizadas representações das 'Bond Girls'. O difícil vai ser resistir...
PREGUIÇA. É bom ver que a revista portuguesa 'Premiere' percebeu que precisa de se renovar para fazer a diferença. Com um novo naipe de nomes, textos mais incisivos e menos presos a sinopses desajustadas, além de fazer um esforço para apostar em exclusivos, a publicação tem a alma revigorada. Mas continuar a chegar às bancas com duas semanas de atraso face ao início do mês, é daqueles tiros no pé que vão custar caro... É assim que se quer conquistar leitores?!
GULA. A Valentim de Carvalho Multimédia teve uma boa ideia: pegar na obra de François Truffaut, já editada pela Costa do Castelo, e agrupá-la em dois packs de muito bom gosto e a um preço bem mais acessível: depois das aventuras de Antoine Doinel, acaba de chegar o conjunto 'O Amor e as Mulheres', que aglutina, nada mais nada menos, do que 'Jules e Jim', 'Angústia', 'As Duas Inglesas e o Continente', 'Uma Bela Rapariga', 'O Último Metro' e 'A Mulher do Lado'. Vale a pena.
IRA. Estou prestes a acabar de fazer uma colecção de cinema de guerra. Para lá de algumas desilusões (como a nova versão de 'Quatro Penas Brancas'), óptimas surpresas: o jogo de nervos de 'Submarino U-571' é um entretenimento a toda a prova, com óptima dinâmica e um excelente trabalho de Jonathan Mustow com a câmara... Até o canastrão Matthew McConaughey se sai bem. Mesmo que a tripulação real da história tenha sido britânica e não norte-americana como é mostrada no filme. Subtilezas típicas de Hollywood.
AVAREZA. A forma como o cinema Nimas, bem localizado em Lisboa, deixou de passar filmes e se dedica a espectáculos está mal explicada. Mais uma boa sala independente que desaparece da vida cultural lisboeta. Sem ai nem ui.
INVEJA. A animação já consegue ir a todo o lado. Quando ainda suspirávamos pela óptima passagem da Disney pela imagem tradicional de 'A Princesa e o Sapo', eis que nos chega 'Como Treinares o Teu Dragão', da Dreamworks, a aliar uma boa história ao cada vez mais omnipresente 3D. Já não há limites!
SOBERBA. Os livros de Ian Fleming sobre 007 acabam de ser relançados em edições muito bem feitas, com capas sugestivas - graças a estilizadas representações das 'Bond Girls'. O difícil vai ser resistir...
5 de abril de 2010
NA SALA ESCURA: O vício em John Travolta
IRA. «Oh! Que se lixe o futuro!» TONY MANERO (John Travolta)
O IndieLisboa, que está prestes a voltar para mais uma edição, tem muitos méritos. O maior talvez seja a possibilidade de fazer chegar aos ecrãs nacionais projectos autorais, de dimensão menor, que de outra forma ficariam esquecidos no contexto cultural dos seus países de produção. Pois bem, TONY MANERO pode chegar com dois anos de atraso aos cinemas, mas ainda bem que o faz em nome do cinema multicultural, diverso, independente.
Estamos no Chile nos finais dos anos 70, com o regime de Pinochet a desintegrar um país sem raízes culturais, desfeito no espartilho político que corrompe a consciência, nas encruzilhadas da desigualdade social. No meio da crise, o cinema pode surgir como escape, ainda que depois sirva para ilustrar o comportamento erróneo de uma personagem que vive à margem.
É assim que nos é apresentado Raul Peralta (soberbo Alfredo Castro), um homem que mora nos subúrbios e que tem uma estranha obsessão: a figura de Tony Manero, personagem icónica de John Travolta em 'Saturday Night Fever'. O seu sonho é copiar-lhe os movimentos, a roupa branca com calças coladas ao corpo e deixar-se levar pela aura funky, ou melhor, disco sound.
À volta desta paixão tudo rui. Há uma rotina centrada numa pequena pensão, feita de personagens tristes que se deixam levar pela música de Raul. Mas este não é um modelo a seguir: além da sua obsessão em Tony, há também uma obscura veia de 'serial killer', que Raul demonstra nas mais inusitadas situações.
TONY MANERO é, por isso, um retrato dúplice de uma realidade chilena bem documentada, assente em personagens profundas e estranhas. O mérito do filme, de imagem granulosa, cores esbatidas e planos cortantes para evidenciar a deambulação do protagonista, é precisamente a figura construída por Alfredo Castro, dividida entre o sonho do disco sound e o pesadelo da morte que lhe corrói a acção.
Realizado em 2008, o projecto é um dos mais interessantes e díspares retratos sul-americanos que nos chegou nos últimos tempos. É bom descobrir este trabalho de Pablo Larraín, um autor preocupado em mostrar figuras humanas até na sua mais insondável inconstância.
TONY MANERO
De Pablo Larraín (2008)
* * *
Chile não é dos países cujo cinema seja mais conhecido por cá, mas há uma nova vaga que merece ser respeitada e discutida. Este trabalho de Pablo Larraín combina drama político, com thriller arrepiante e musical ilustrado pelas bolas de espelhos das discotecas. Apesar de haver alguma dificuldade em lidar com os espaços entre as cenas, o filme é um interessante retrato de personagens desavindas, com particular destaque para a entrega de Alfredo Castro ao seu Raúl, que sonha em ser John Travolta. Daí ao abismo é um curto passo...
O IndieLisboa, que está prestes a voltar para mais uma edição, tem muitos méritos. O maior talvez seja a possibilidade de fazer chegar aos ecrãs nacionais projectos autorais, de dimensão menor, que de outra forma ficariam esquecidos no contexto cultural dos seus países de produção. Pois bem, TONY MANERO pode chegar com dois anos de atraso aos cinemas, mas ainda bem que o faz em nome do cinema multicultural, diverso, independente.
Estamos no Chile nos finais dos anos 70, com o regime de Pinochet a desintegrar um país sem raízes culturais, desfeito no espartilho político que corrompe a consciência, nas encruzilhadas da desigualdade social. No meio da crise, o cinema pode surgir como escape, ainda que depois sirva para ilustrar o comportamento erróneo de uma personagem que vive à margem.
É assim que nos é apresentado Raul Peralta (soberbo Alfredo Castro), um homem que mora nos subúrbios e que tem uma estranha obsessão: a figura de Tony Manero, personagem icónica de John Travolta em 'Saturday Night Fever'. O seu sonho é copiar-lhe os movimentos, a roupa branca com calças coladas ao corpo e deixar-se levar pela aura funky, ou melhor, disco sound.
À volta desta paixão tudo rui. Há uma rotina centrada numa pequena pensão, feita de personagens tristes que se deixam levar pela música de Raul. Mas este não é um modelo a seguir: além da sua obsessão em Tony, há também uma obscura veia de 'serial killer', que Raul demonstra nas mais inusitadas situações.
TONY MANERO é, por isso, um retrato dúplice de uma realidade chilena bem documentada, assente em personagens profundas e estranhas. O mérito do filme, de imagem granulosa, cores esbatidas e planos cortantes para evidenciar a deambulação do protagonista, é precisamente a figura construída por Alfredo Castro, dividida entre o sonho do disco sound e o pesadelo da morte que lhe corrói a acção.
Realizado em 2008, o projecto é um dos mais interessantes e díspares retratos sul-americanos que nos chegou nos últimos tempos. É bom descobrir este trabalho de Pablo Larraín, um autor preocupado em mostrar figuras humanas até na sua mais insondável inconstância.
TONY MANERO
De Pablo Larraín (2008)
* * *
Chile não é dos países cujo cinema seja mais conhecido por cá, mas há uma nova vaga que merece ser respeitada e discutida. Este trabalho de Pablo Larraín combina drama político, com thriller arrepiante e musical ilustrado pelas bolas de espelhos das discotecas. Apesar de haver alguma dificuldade em lidar com os espaços entre as cenas, o filme é um interessante retrato de personagens desavindas, com particular destaque para a entrega de Alfredo Castro ao seu Raúl, que sonha em ser John Travolta. Daí ao abismo é um curto passo...
29 de março de 2010
OS MEUS POSTERS: Águia das Estepes
AVAREZA. Akira Kurosawa nasceu há cem anos, o que leva a que as homenagens surjam aqui e ali, ainda que sem o impacto merecido. Por isso, nada como lembrar A ÁGUIA DAS ESTEPES, uma das suas muitas obras-primas. Esta é talvez a mais austera e com a mensagem mais forte, por enaltecer valores tão sólidos como a preserverança e a amizade, ainda que não de modo convencional. O relato da relação de sobreviência entre um militar czarista e um caçador asiático é cinema em estado puro. Ao confrontar a intempérie com a civilização, o filme cresce até às alturas dos maiores e aí fica, até à última cena.
22 de março de 2010
NA SALA ESCURA: Jogo de máscaras de Burton
GULA. "Existe um lugar. Como nenhum outro na Terra. Um lugar cheio de beleza, mistério e perigo! Alguns dizem que sobrevivem a ele..." Chapeleiro Louco (Johnny Depp)
Diz-se que era o projecto mais aguardado do ano, mesmo que só se esteja em Março, e percebe-se porquê: ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS é o regresso a um clássico literário na memória colectiva, mas na apropriação única operada por um dos grandes génios da imagem: Tim Burton.
O que o filme consegue fazer com o património dúplice de Lewis Carroll é reactualizar os conceitos gráficos, renovar o sentido de aventura onírica e brincar com as coordenadas da imaginação. Mais do que um filme denso de conteúdo, ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS é mais um soberbo jogo de máscaras que o realizador de "Eduardo Mãos de Tesoura" esculpe com o dom que só ele tem.
A caracterização é de tal forma brilhante, que rapidamente o espectador esquece o virtuosismo do 3D e se deixa levar pelas peripécias de Alice, aqui uma jovem mais crescida do que o costume, numa espécie de sequela perante a fábula que figura na nossa mente.
Se a primeira parte da história tem um singelo tom vitoriano, assim que a protagonista segue o coelho apressado e cai no buraco que dá para "Under Land" e não "Wonderland" o assombro é imediato. Nada foi deixado ao acaso: cada sequência é recheada de cor, cada personagem é trabalhada ao detalhe, cada efeito especial é usado a favor de uma história singular e quase hermética.
Se não fosse Tim Burton a dirigir esta versão, só David Lynch lhe poderia fazer frente. Neste caso, se há algo que pode deixar um amargo de boca é mesmo a incapacidade por ir no lado mais profundo da história ou numa certa condescendência de Burton nas exigências da Disney para travar o tom gótico que o cineasta tanto aprecia.
Ainda assim o que fica? Um sincero filme para toda a família e uma experiência visual para mais tarde recordar.
ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS
De Tim Burton (2010)
* * * *
A cumplicidade com Johnny Depp está lá, pela sétima vez, intacta; o tom onírico trabalhado também; as caricaturas fortes permanecem; e o sentido de fantasia visual também. Tim Burton volta a acertar naquele que é já o maior sucesso da sua carreira. É merecido. Apesar de algo superficial na composição de uma história fluída, o filme é um doce. Uma jornada por um espaço que parece uma gigantesca tela, um testemunho fiel à escrita de Lewis Carroll. O cinema de massas só sai a ganhar.
O que o filme consegue fazer com o património dúplice de Lewis Carroll é reactualizar os conceitos gráficos, renovar o sentido de aventura onírica e brincar com as coordenadas da imaginação. Mais do que um filme denso de conteúdo, ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS é mais um soberbo jogo de máscaras que o realizador de "Eduardo Mãos de Tesoura" esculpe com o dom que só ele tem.
A caracterização é de tal forma brilhante, que rapidamente o espectador esquece o virtuosismo do 3D e se deixa levar pelas peripécias de Alice, aqui uma jovem mais crescida do que o costume, numa espécie de sequela perante a fábula que figura na nossa mente.
Se a primeira parte da história tem um singelo tom vitoriano, assim que a protagonista segue o coelho apressado e cai no buraco que dá para "Under Land" e não "Wonderland" o assombro é imediato. Nada foi deixado ao acaso: cada sequência é recheada de cor, cada personagem é trabalhada ao detalhe, cada efeito especial é usado a favor de uma história singular e quase hermética.
Se não fosse Tim Burton a dirigir esta versão, só David Lynch lhe poderia fazer frente. Neste caso, se há algo que pode deixar um amargo de boca é mesmo a incapacidade por ir no lado mais profundo da história ou numa certa condescendência de Burton nas exigências da Disney para travar o tom gótico que o cineasta tanto aprecia.
Ainda assim o que fica? Um sincero filme para toda a família e uma experiência visual para mais tarde recordar.
ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS
De Tim Burton (2010)
* * * *
A cumplicidade com Johnny Depp está lá, pela sétima vez, intacta; o tom onírico trabalhado também; as caricaturas fortes permanecem; e o sentido de fantasia visual também. Tim Burton volta a acertar naquele que é já o maior sucesso da sua carreira. É merecido. Apesar de algo superficial na composição de uma história fluída, o filme é um doce. Uma jornada por um espaço que parece uma gigantesca tela, um testemunho fiel à escrita de Lewis Carroll. O cinema de massas só sai a ganhar.
18 de março de 2010
O QUE AÍ VEM... Inception
SOBERBA. «O filme lida basicamente com diversos níveis de realidade e de percepções da realidade, algo que é do meu interesse.» CHRISTOPHER NOLAN
Entre colaborações frutíferas com Martin Scorsese, Leonardo DiCaprio escolhe projectos a dedo, com realizadores de prestígio, para se afirmar cada vez mais como um dos melhores actores da sua geração.
Quando nos cinema ainda nos envolve com a duplicidade de 'Shutter Island', há já um novo filme em marcha, desta vez centrado no cinema de acção futurista: INCEPTION, que, segundo consta, terá o título em português "A Origem", é não só o regresso de DiCaprio, como também do realizador Christopher Nolan, que está nos píncaros devido à sua nova visão da célebre personagem 'Batman'.
Agora, e apesar dos valores de produção envolvidos, Nolan parece querer voltar a premissas mais complexas e interrogadoras, à semelhança da sua carreira inicial - "Memento" ainda é das melhores coisas que o cinema norte-americano nos deu na viragem dos séculos...
Num misto de 'Relatório Minoritário', 'Cubo' ou 'A Cela', a história deste novo filme que nos chegará pelo Verão assenta na ideia de que tudo pode acontecer dentro da arquitectura da mente. O mote? "Num mundo onde a tecnologia existe para entrar na mente humana através da invasão de sonhos, uma só ideia pode ser a mais perigosa arma ou a mais valiosa."
Sabe-se ainda que DiCaprio será Cobb, um especialista em tecnologia que vem acompanhado de uma equipa - os excelentes Ellen Page, Joseph Gordon-Levitt e Tom Hardy. Chega? Não, não chega. Há ainda os contributos Ken Watanabe, Marion Cotillard, Michael Caine, Lukas Haas e até de Tom Berenger.
Com um colossal orçamento de 200 milhões de dólares, INCEPTION pode ser o grande triunfador do Verão cinematográfico norte-americano. Espera-se é que não se perca no seu próprio labirinto narrativo...
Quando nos cinema ainda nos envolve com a duplicidade de 'Shutter Island', há já um novo filme em marcha, desta vez centrado no cinema de acção futurista: INCEPTION, que, segundo consta, terá o título em português "A Origem", é não só o regresso de DiCaprio, como também do realizador Christopher Nolan, que está nos píncaros devido à sua nova visão da célebre personagem 'Batman'.
Agora, e apesar dos valores de produção envolvidos, Nolan parece querer voltar a premissas mais complexas e interrogadoras, à semelhança da sua carreira inicial - "Memento" ainda é das melhores coisas que o cinema norte-americano nos deu na viragem dos séculos...
Num misto de 'Relatório Minoritário', 'Cubo' ou 'A Cela', a história deste novo filme que nos chegará pelo Verão assenta na ideia de que tudo pode acontecer dentro da arquitectura da mente. O mote? "Num mundo onde a tecnologia existe para entrar na mente humana através da invasão de sonhos, uma só ideia pode ser a mais perigosa arma ou a mais valiosa."
Sabe-se ainda que DiCaprio será Cobb, um especialista em tecnologia que vem acompanhado de uma equipa - os excelentes Ellen Page, Joseph Gordon-Levitt e Tom Hardy. Chega? Não, não chega. Há ainda os contributos Ken Watanabe, Marion Cotillard, Michael Caine, Lukas Haas e até de Tom Berenger.
Com um colossal orçamento de 200 milhões de dólares, INCEPTION pode ser o grande triunfador do Verão cinematográfico norte-americano. Espera-se é que não se perca no seu próprio labirinto narrativo...
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