3 de julho de 2009

OS SETE PECADOS DE... Junho 2009

INVEJA. Junho foi mês de aniversário e de prendas de pendor cinéfilo. A mais impressionante foi um pack de DVD de Luis Buñuel, esse nome maior do cinema espanhol que levou para o ecrã histórias de forte carga dramática, ainda hoje capazes de impressionar. Amigo do surrealismo e com carreira feita a partir do México, o seu cinema prende o olhar. É o caso da sua versão de O MONTE DOS VENDAVAIS, uma adaptação que se quer muito fiel ao espírito literário da obra de Emily Brontë. Há um tom teatral em tudo, uma forma voraz de encarar os sentimentos e uma bela reconstituição de época.

SOBERBA. A Academia anunciou este mês que a próxima edição dos Óscares não vai contar com cinco nomeados para a estatueta dourada de Melhor Filme, mas com dez! Manobra comercial? Mais uma achega na desejada reforma para conquistar mais audiências? A justificação foi que a ideia é que a entrega de prémios regresse às suas origens, onde era norma ter uma dezena de candidatos ao mais ambicionado prémio. Consequência? As apostas tornam-se mais elevadas dado que, estatisticamente, será mais difícil de acertar à primeira. E desde «Crash», de Paul Haggis, que não há uma grande surpresa por aquelas bandas...

LUXÚRIA. Apesar de conhecer toda a carreira de Woody Allen, ainda existe um ou outro filme que me escapa. Se, recentemente, descobri o início dos inícios com «What's Up Tiger Lilly», caso de humor quase experimental e caótico, também em Junho me deparei com «Alice», deliciosa comédia sobrenatural, sobre uma mulher que está bem na vida mas infeliz. Para dar uma volta à sua existência e cometer o tão esperado adultério, a personagem de Mia Farrow decide consultar um especialista oriental em medicinas alternativas que lhe recomenda... umas ervas. É uma doce alucinação imperdível de Allen, um passo mais ligeiro na fase mais elevada da sua carreira.

IRA. Começa a cansar a moda das sequelas, prequelas e remakes do cinema. A estratégia dá certamente muitos frutos, mas fica-se com a ideia de que a sétima arte tem cada vez menos coisas novas. E o Verão é particularmente redutor neste ponto. Exemplos? «Wolverine», que é uma espécie de spin-off de «X-Men», «A Idade do Gelo 3», a nova vida para «Star Trek», «Exterminador Implacável: A Salvação» ou «À Noite no Museu 2». Socorro!

GULA. Já falta pouco para nos deliciarmos com a última produção da Pixar. «Up! - Altamente» parece que é uma delícia para os olhos, ainda mais com as potencialidades da técnica 3D.

PREGUIÇA. Estão cada vez mais monótonas e rotineiras as matinés de cinema dos canais em sinal aberto. Se não houvesse cabo e videoclubes, a oferta seria escandalosamente medíocre. Será que rende assim tanto usar sempre as mesmas fórmulas?

AVAREZA. As idas ao cinema têm sido escassas. Não é questão de poupança, é questão de falta de tempo... Espera-se que algo mude em breve.

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