9 de agosto de 2006

NA SALA ESCURA: Dreamworks vs. Pixar? KO para a primeira

A animação digital já dá tanto dinheiro que, a cada Verão, estreiam-se mais e mais filmes de técnica apurada, mas que nem sempre cumprem todos os requisitos em matéria narrativa. Pular a Cerca, da chancela da Dreamworks e que conta nas vozes da versão original de nomes fortes como o de Bruce Willis, é bom exemplo disso. O problema é que a Dreamworks quando não faz um filme bom, cai mesmo na animação infantil, primorosa no traço mas com muito pouca piada - caso de Madagáscar, pois é... Já a Pixar parece também não ter acertado totalmente no alvo com o recente Carros. Ainda assim, o seu talento é tanto que até produtos menores estão a milhas dos da Dreamworks. Com excepção da saga de Shrek (para o ano estreará a parte III, porque se tem de fazer render o peixe...), o estúdio recentemente adquirido pela Universal e que tem em Spielberg um dos seus fundadores, fica sempre alguns furos abaixo e tem tendência para infantilizar a animação. A piada é divertir os mais pequenos e deixar algumas piadas mais elaboradas para os adultos. Mas desde quando é que fazer rir é fácil?

Pecado do Dia: Preguiça

Animais da floresta, depois da hibernação outonal, acordam estupefactos ao descobrirem que uma imensa cerca verde lhes cortou o habitual arvoredo sem limites. Na verdade, a civilização chegou ao espaço onde habitam uma tartaruga, um texugo ou um esquilo (personagem nervosinha que é talvez a mais interessante, apesar de tonta e secundária) e estes têm de aprender quais são as vantagens do mundo cosmopolita. Apesar de trazer consigo uma mensagem ambiental interessante, Pular a Cerca é preguiçoso na construção da acção e bate em todos os lugares comuns. Filme menor, que entretém mas que não tem aura de clássico. * *

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