30 de março de 2007

O MAIOR PECADO DE... Roberto Benigni

GULA. «Se viu esta versão de PINÓQUIO de Benigni num parque público, o melhor era ter fugido com as suas crianças e chamado a polícia.» Steve Rhodes, «Internet Reviews»
Aproveitando o facto de ter visto há pouco O CAIMÃO, de Nanni Moretti, decidi introduzir pequenas novidades gráficas e temáticas no SIN CINEMA... Sinal de que o site se vai autonomizando a partir da sua fórmula de origem, o que permite também assentar ideias e melhorar conceitos. E, por isso, tendo em conta que este espaço aglutina cinema com pecado, tinha de se elevar o sentido de pecado à sua dimensão mais negra e corrosiva. Nem sempre se pode fazer elogios e... não há carreira mais movediça do que a da representação ou direcção cinematográfica! Por isso, criei este novo espaço, o dos «ódios de estimação» onde vou procurar escolher o ponto mais fraco de carreiras prestigiadas, mostrando até que ponto tal e determinada figura se esbarrou naquele projecto que, certamente, não se orgulha de ter no currículo. E, já que estamos em maré de cinema italiano, a primeira vítima é ROBERTO BENIGNI na fantasia excessiva, quanto desproporcionada e ridícula que é... PINÓQUIO. Nesta adaptação estapafúrdia do romance imortal de Carlo Collodi, que o próprio Benigni admitiu ser «um projecto de vida», Benigni não só se estampou na realização, como ao aceitar interpretar o menino de madeira que quer ser humano (!!!!). Tiro ao lado, excesso de gula motivado pela glória de A VIDA É BELA e que resultou numa fábula desconexa e um furo grande nas bilheteiras. Realizado em 2002, PINÓQUIO teve duas consequências imediatas: o enjoo do «overact» de Benigni galardoado com o Razzie de Melhor Actor nesse ano e a necessidade de voltar, no seu projecto seguinte, ao lugar seguro do melodrama, que fez em O TIGRE E A NEVE. Benigni pode ter sido cómico no relato trágico de A VIDA É BELA. Mas não precisava de cair na figura de palhaço disforme como o fez nesta adaptação de efeitos especiais desmesurados e nenhuma dose de simplicidade. A baleia... pariu um ratinho cinematográfico!

Críticas de fugir...
- SAN FRANCISCO CHRONICLE: O que dizer de um actor de 50 anos careca a fazer de um menino inocente?
- NEW YORK TIMES: O filme é tão mau que entra rapidamente no panteão da vergonha onde estão BATTLEFIELD EARTH ou SHOWGIRLS.
- HOLLYWOOD REPORTER: Enquanto Benigni (que protagoniza e co-dirige) parece estar a divertir-se, deve ser o único a senti-lo ao longo de todo o filme.

2 comentários:

emot disse...

Gosto das novas temáticas e mudanças gráficas. Em melhoria, sem dúvida. Um aprimorar do conceito. Abraço.

Anónimo disse...

Eu gostei do filme! Bastante! Nao sabem o que é arte. Nao conhecem a poesia.