15 de março de 2008

CINEFILIA: As cinco promessas de Março







GULA. Ainda não vi «Este País Não É Para Velhos» nem «Haverá Sangue». No entanto, o ritmo de estreias, embora pareça ter aligeirado um pouco, continua a assentar na diversificação. Registe-se que a maior parte do cinema de autor já se estreou a tempo dos Óscares, pelo que é um cinema mais marginal (ou absurdamente comercial) que se encontra agora nas salas escuras. Março já vai a meio, mas há ainda coisas para ver...

- LOBOS: A proposta de José Nascimento parece interessante e, pelo menos, tem o mérito de mostrar que o cinema português continua a mexer. Ainda que pouco. Esta é uma história de personagens em fuga, com um homem a escapar-se ao lado da sobrinha, depois da morte do irmão. A ambiguidade na relação entre ambos parece ser a mais-valia.

- THE LOVEBIRDS: Um pequeno e curioso «OVNI», não só por ser realizado por Bruno de Almeida (há muito radicado nos Estados Unidos), mas também por querer assumir-se como uma obra luso-americana, de personagens em registo confessional. Passam por aqui Ana Padrão, Michael Imperioli ou Fernando Lopes. Produção?... Joe Berardo!

- CARAMEL: Cinema sensível, dirigido e protagonizado por Nadine Labaki. É também uma boa oportunidade para se perceber que no Líbano também há quem se deixe seduzir por imagens em movimento. Premissa? Em Beirute, cinco mulheres reúnem-se frequentemente num salão de beleza, um microcosmos colorido onde se partilham histórias.

- I'M NOT THERE - NÃO ESTOU AÍ: Absolutamente obrigatório, ou não fosse mais uma obra pouco convencional de Todd Haynes com a peculiaridade de contar a história, o génio, a poesia de Bob Dylan, recorrendo a um interessante naipe de actores: desde Cate Blanchett (nomeada para o Óscar) a Richard Gere, Christian Bale ou o recém-falecido Heath Ledger. O cinema independente norte-americano continua pródigo em novos desafios temáticos.

- THE MIST - NEVOEIRO MISTERIOSO: Passou pelo Fantasporto e, apesar de poder ser uma enorme desilusão, dá-nos a esperança de pensar que o cinema de terror ainda goza de boa saúde. Na realização está Frank Darabont, capaz de muito bom («Os Condenados de Shawshank») e de muito mau («À Espera de um Milagre») ao pegar na obra de Stephen King.