2 de março de 2008

O QUE AÍ VEM... Aritmética Emocional







SOBERBA.
«Não me importa se as personagens são moralmente boas ou más, porque não tenho que gostar delas para as interpretar bem.» MAX VON SYDOW

Devem contar-ser pelos dedos de uma mão os actores vivos que tenham o currículo e a densidade interpretativa de Max Von Sydow. O Padre Merrin de «O Exorcista» ou Anthonius de «O Sétimo Selo» já possui a grandiosidade dos vultos clássicos e foi bom recebê-lo numa justa homenagem no Fantasporto deste ano.

Por cá, dissertou sobre a estranheza de ser actor, desmistificou o método de rodagem de Ingmar Bergman (ao que parece muito mais prático do que a profundidade inabalável que conseguia imprimir na tela) e disse como se consegue surpreender com mais de 130 longas-metragens no currículo.

Entre os seus mais recentes trabalhos, o próximo a chegar às salas nacionais é ARITMÉTICA EMOCIONAL, sobre as vidas de três personagens que vivem para sempre ligadas às memórias partilhadas num campo de concentração da Segunda Grande Guerra.

Obviamente que Von Sidow é um dos veteranos deste melodrama, do desconhecido Paolo Barzman. Pontos a favor? A raiz canadiana da história e o sólido elenco onde se inclui Susan Sarandon, Christopher Plummer ou Gabriel Byrne.

Numa história de cicatrizes, há uma citação que promete ficar no ouvido: «Se me perguntarem se acredito em Deus, sou forçado a responder - e Deus acredita em nós?»