12 de março de 2010

O MAIOR PECADO DE... Mariah Carey

PREGUIÇA. "Heroicamente mau." EMPIRE
Diz-se que há uma maldição quando um cantor decide enveredar pela carreira cinematográfica. É certo que Jennifer Lopez nunca foi grande espingarda, que Madonna é sofrível e muitas vezes má, que Whitney Houston foi xaroposa antes de se render às drogas, que 50 Cent não tem jeitinho nenhum, que Ice Cube falha muito mais do que acerta, que David Bowie não faz falta nenhuma a 'Terceiro Passo', que Jon Bon Jovi é um canastrão quando tenta fazer de herói romântico. Uff.... Até que chegamos a Mariah Carey e, na sua estreia desastrada como protagonista de GLITTER - O BRILHO DE UMA ESTRELA, temos um redondo falhanço.

Sabe-se que a estrela da voz poderosa e das acrobacias vocais, admiradora assumida das saias curtas mesmo quando as formas não o permitem, é uma grande rival de Eminem, mas devia ter aprendido alguma coisa com o seu ódio de estimação: a sua estreia em "8 Mile", quando tudo apontava para o fiasco, foi um interessante auto-retrato, sapientemente elaborado por um realizador com créditos firmados, como é Curtis Hanson.

Pois bem, esta espécie de musical orienta-se por clichés de drama romântico sem chama, sem diálogos que se aproveitem e com Mariah a disfarçar como pode a sua incapacidade para representar. Para complicar tudo, há uma estética alusiva aos anos 80 que não funciona, personagens fúteis, uma busca para encontrar uma mãe que nunca devia ser encontrada e uma infantilização de sentimentos que não se coaduna com a mulher que é aquela que mais discos vendeu em toda a década de 90.

Não está em causa o seu talento como voz - os momentos mais felizes do filme estão na actuação de 'Reflections' e no tema que surge nos créditos finais, 'Lead the Way' -, mas está tudo o resto. O filme é piroso, desastrado, incapaz até para aprofundar uma história de amor, até porque o actor Max Beesley é tão mau ou pior do que Mariah a querer fazer-se passar por adolescente com dúvidas.

No fim, temos um fiasco de todo o tamanho, que custou caro à cantora, que sofreu um esgotamento por estas alturas e demorou um par de anos a recuperar o seu estatuto de diva das baladas. É certo que Mariah Carey tem o seu lugar na música pop, mas não tem de certeza um lugar no cinema. O filme "Precious" reabilitou-a e já está a fazê-la sonhar com voos mais altos (consta que a estrela gostava de entrar num filme de Woody Allen...), mas o peso do gigantesco flop que foi GLITTER demorará a desaparecer.

Se tudo já não fosse suficientemente pobre, eis que a data de estreia do filme acabou por ser mais um tiro ao lado: chegou aos cinemas a 11 de Setembro de 2001. Um azar nunca vem só!

Críticas de fugir:
- DALLAS MORNING NEWS:
Carey de certeza que sabe cantar, mas de certeza que não sabe representar;
- ABOUT.COM:
É quase fisicamente desconfortável assistir aos desempenhos de 'Glitter'.
- AUSTIN CHRONICLE:
É mesmo verdade?
- CNN:
Escapismo total sem um pingo de verdade.
- PALO ALTO WEEKLY:
Mariah Carey devia ter tirado aulas de representação com Mark Wahlberg. A primeira lição é: começa por pensar pequeno.

1 comentário:

emot disse...

que espécie de filme tão mauzinho, de facto