7 de março de 2009

CINEFILIA: As cinco promessas de Março









GULA. Depois da overdose de estreias a tempo dos Óscares, a ressaca. O que não é obrigatoriamente mau. Março é também o mês de estreias fortes, mas que foram propositadamente adiadas ou por serem demasiado marginais para poderem competir com os grandes títulos da temporada ou por estarem a chegar agora às salas para conseguirem bons resultados, atendendo à fraca concorrência.

- HOMEM NO ARAME: Óscar de Melhor Documentário, este filme que tem sido muito aplaudido por onde tem passado procura recordar o feito proibido de Philippe Petit em 1974. Enquanto em Portugal havia a «Revolução dos Cravos», um homem decidiu atravessar as duas Torres Gémeas através de um arame. O filme analisa essa loucura, apelidada de «o crime artístico do século».

- WATCHMEN - OS GUARDIÕES: Os atrasos sucessivos e as broncas em torno de estúdios só ajudaram a aumentar a curiosidade em torno deste novo trabalho do mesmo realizador de 300. Num universo alternativo, superheróis correm risco de vida numa sociedade que transpira corrupção. Diz-se que é a melhor BD do mundo com direito à melhor adaptação para cinema de uma história do género. É ver para crer.

- A MULHER SEM CABEÇA: A curiosidade independente do mês. É o novo título da realizadora argentina de O Pântano. Lucrecia Martel cria uma perturbante análise à mente de uma mulher, que vive com o medo de ter morto alguém.

- GRAN TORINO: Pode ser a última vez que se vê Clint Eastwood no grande ecrã. Ou talvez não... No auge da sua maturidade artística, e no mesmo ano em que nos ofereceu o profundo A Troca, ei-lo de novo à frente e atrás das câmaras. Ele é um rabugento e pouco amistoso veterano da Guerra da Coreia, agora reformado, que se torna herói no seu bairro. Aos poucos, vai aprender mais sobre ele e os seus vizinhos, que antes desprezava. Mais um conto humano abrilhantado por Eastwood.

- O ARGENTINO: Diz-se que Benicio del Toro está fantástico. Diz-se que a realização de Soderbergh é de se lhe tirar o chapéu. O único «senão» aparente? Ter cortado este projecto em dois. A primeira parte é esta e descreve a ida para Cuba de Fidel Castro com 80 rebeldes. Um deles é Che Guevara, médico argentino que sonha em derrubar a ditadura de Fulgêncio Batista. Objectivo desta obra? Desconstruir o herói revolucionário.

Sem comentários: