15 de dezembro de 2006

NA SALA ESCURA: Sagas fantásticas rimam sempre com Natal

... O que fazer quando não se pode estender mais a obra de Tolkien (apesar de estar já em pré-produção uma adaptação de HOBBIT) e as aventuras de Harry Potter não conseguem estrear-se com a brevidade que os grandes estúdios desejariam? Procurar potencial literário em outras sagas impregnadas de fantasia e aura medieval. No ano passado, a época natalícia foi dominada por AS CRÓNICAS DE NÁRNIA, mas o resultado foi pouco entusiasmante, motivado por bons meios mas pouca capacidade para amuderecer o ritmo onírico da narrativa e encenar condignamente as batalhas de acção. Este ano, o fantástico volta a marcar presença nas salas e ERAGON é já o candidato principal a campeão de bilheteiras no território do filme fantástico. Parte também de um êxito-surpresa literário (a obra milionária homónima do jovem Christopher Paolini) e tem todos os ingredientes para ser um êxito: histórias com dragões, efeitos especiais de ponta, um enredo pouco complexo, Jeremy Irons e John Malkovich para dar um toque de prestígio à história... e o ímpeto juvenil (mais heróico que HARRY POTTER). Cinema novo... é que nem por isso!

Pecado do Dia: Ira
ERAGON
Nas salas (Castello Lopes) * * *
Eragon (interpretado pelo estreante Edward Sleepers) vive num tempo de temor, dado o domínio territorial do vilão Galbatorix (John Malkovich, num desempenho caricatural tão secundário que roça a figuração), que aniquilou todos os Cavaleiros que lhe pudessem fazer frente. O que não contava era com um ovo de dragão que vai parar às mãos do protagonista e que promete instaurar uma nova ordem de resistência. Com esta obra, o estreante Stefen Fangmeier tem a possibilidade de se estrear no cinema pela porta do grande espectáculo. O resultado, embora pouco inventivo, é competente. Na verdade, ERAGON cumpre todos os requisitos do espectáculo, é verosímil na criação dos dragões, não se dispersa em narrativas secundárias, deixa em aberto a produção de novos capítulos e ainda apresenta um bom desempenho de Jeremy Irons, na pele do obrigatório mentor do protagonista. Magia juvenil, boas cenas de acção e ainda um minúsculo desempenho da cantora Joss Stone dão forma a mais um conto fantástico. Que só fraqueja se se considerar a trilogia de O SENHOR DOS ANÉIS como base de referência.

1 comentário:

emot disse...

Concordo. Mas no início achei fraco e muito pegado ao Senhor do Anéis e até à magia do Harry Potter, depois foi crescendo. Acho que beneficia muito do Jeremy Irons (e também do John Malkovich).