13 de outubro de 2006

Boa notícia em dia de azar

É sexta-feira 13, mas sou pouco dado a superstições. Por isso é de louvar a notícia que confirmei esta manhã ao abrir um diário de referência. A Fundação Calouste Gulbenkian vai exibir 50 grandes filmes no ciclo "Como o Cinema Era Belo" já a partir de 4 de Novembro. Escolhida por Bénard "Sr. Cinemateca" da Costa, a programação é heterogénea, numa mescla equilibrada de grandes clássicos e obras contemporâneas de autor, com escolhas irrepreensíveis capazes de nos fazerem acreditar no cinema enquanto arte da imagem como contadora de histórias. Com três sessões (14.30, 18.30 e 21.30) apenas aos sábados e domingos, o ciclo "Como o Cinema Era Belo" pode constituir um excelente programa de fim-de-semana. Mais detalhes sobre esta boa notícia - e toda a programação que não esquece Welles, Ford, Dryer, Minelli, Curtiz, Cronenberg, Spielberg ou Shyamalan? Basta ir a http://www.gulbenkian.org/filmes.asp.

Pecado do Dia: Soberba

A obra-prima escolhida para dar o pontapé de saída deste ciclo inesperado mas de aplaudir tinha de vir de um mestre intocável e o escolhido foi o do "western", John Ford, pois claro. O Vale Era Verde, de 1941, escapa à definição de fita de cowboys do mesmo realizador de O Homem Que Matou Liberty Valance ou Forte Apache, porque se centra na vida da classe mineira numa América ainda a crescer em dificuldades. O retrato familiar é tocante e as referências à autoridade paterna, à rebeldia juvenil e ao esforço do trabalho são filmados com o dom realista que o cineasta também explorou, por exemplo, em As Vinhas da Ira. Vencedor do Óscar de Melhor Filme no seu ano de produção, é um projecto conservador mas mesmo assim sintomático de um cinema pedagógico e emocionalmente exemplar. * * * *

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