16 de setembro de 2007

De volta de uma jornada maior do que tudo







SOBERBA.
«A última vez que entrei na água assim, tive de ficar toda a noite a retirar sanguessugas do meu escroto.» Warren (Joathan Hyde) em ANACONDA (1997)
Quando se regressa de uma viagem de quase duas semanas, daquelas em que mudamos de continente, há muita coisa que nos passa pela cabeça. Uma das mais recentes (precoce, talvez ainda por efeito de um jet lag hiperactivo) foi a vontade de mudar o SIN CINEMA.

Uma mudança que morreu à nascença porque desde logo me apercebi que este é o espaço onde já ganhei património (ínfimo, é certo), leitores, cumplicidades e até a criação de secções mais ou menos estáveis. No fundo, pequei e... por isso peço desculpa por mais este suposto final de um espaço cinéfilo do qual já não me consigo descolar.

A culpa foi da viagem que fiz... ao Pantanal! Onde houve tempo para tudo, como pensar na vida, ter saudades da vida urbana, pescar piranhas com jacarés a menos de três metros de distância e sentir-me uma formiga ínfima perante o músculo que a natureza conseguiu e consegue construir.

Foi uma jornada de vida. Intensa. Hiperbólica. Genuína. E é quando estamos mais desprovidos daquilo que nos ocupa normalmente o tempo, que pensamos como a vida segue sempre o seu (com)passo e que nós não somos mesmo o centro do mundo. O Pantanal é um paraíso que recomendo, onde a aventura espreita por detrás de cada arbusto. Vi de tudo um pouco. Menos a onça pintada que, segundo o guia, mesmo assim rondou o nosso acampamento situado no sugestivo lugar de Buraco das Piranhas.

Quanto à célebre anaconda, pude comprovar (controladamente) o seu tamanho e o respeito que convoca assim que se vê a deslizar no solo. Digna de filme. E não é que no dia do meu regresso a TVI decide exibir o medíocre filme de (suposta) aventura ANACONDA? Podia tomar como uma coincidência de mau gosto, mas preferi interpretar esta revisitação cinéfila dispensável como a forma perfeita de terminar a viagem que me mudou mais um bocadinho com um sorriso nos lábios. É bom estar de volta...

1 comentário:

emot disse...

E sejas, tu, bem-vindo ao mundo mais ou menos civilizado de Lisboa e da Internet...