
SOBERBA. «Não me importa se as personagens são moralmente boas ou más, porque não tenho que gostar delas para as interpretar bem.» MAX VON SYDOW
Devem contar-ser pelos dedos de uma mão os actores vivos que tenham o currículo e a densidade interpretativa de Max Von Sydow. O Padre Merrin de «O Exorcista» ou Anthonius de «O Sétimo Selo» já possui a grandiosidade dos vultos clássicos e foi bom recebê-lo numa justa homenagem no Fantasporto deste ano.
Por cá, dissertou sobre a estranheza de ser actor, desmistificou o método de rodagem de Ingmar Bergman (ao que parece muito mais prático do que a profundidade inabalável que conseguia imprimir na tela) e disse como se consegue surpreender com mais de 130 longas-metragens no currículo.
Entre os seus mais recentes trabalhos, o próximo a chegar às salas nacionais é ARITMÉTICA EMOCIONAL, sobre as vidas de três personagens que vivem para sempre ligadas às memórias partilhadas num campo de concentração da Segunda Grande Guerra.
Obviamente que Von Sidow é um dos veteranos deste melodrama, do desconhecido Paolo Barzman. Pontos a favor? A raiz canadiana da história e o sólido elenco onde se inclui Susan Sarandon, Christopher Plummer ou Gabriel Byrne.
Numa história de cicatrizes, há uma citação que promete ficar no ouvido: «Se me perguntarem se acredito em Deus, sou forçado a responder - e Deus acredita em nós?»