6 de março de 2008

Os 75 anos da oitava maravilha do mundo







IRA.
«Foi a bela que matou o monstro.»
A efeméride foi no domingo e assinalada com um concurso de gritos e a projecção do filme que o tornou famoso em Nova Iorque: King Kong, apelidado de «A Oitava Maravilha do Mundo» fez 75 anos. E continua bem vivo na memória, com uma ajuda de Peter Jackson que actualizou o culto há um par de anos com uma versão em jeito de upgrade tecnológico.

Em 1933 KING KONG tornou-se um mito colectivo, um sucesso sem precedentes que colocou, de uma vez por todas, a fantasia e o terror como géneros ambiciosos e potencialmente lucrativos.

Hoje, continua a ser olhado como o filme de monstros mais importante do cinema quer pelo ritmo alucinante para a época, quer pela reconversão da fábula de A Bela e o Monstro, numa estranha obsessão entre um gorila pré-histórico e uma lendária e estridente actriz (Fay Wray, a screem queen dos anos 30, falecida em 2004).

Os custos de produção chegaram aos 670 mil dólares, um valor elevado para uma época de contenção. O estúdio independente RKO Pictures (responsável por outras pérolas como «O Mundo a Seus Pés», de Orson Welles) estava à beira da falência e colocou o seu futuro financeiro nas mãos dos realizadores Merian C. Cooper e Ernest B. Shoedsack.

Quando se estreou, KING KONG foi o primeiro filme a ser exibido simultaneamente nas principais salas de cinema dos Estados Unidos.

Num só dia, 50 mil pessoas assistiram fascinadas a um universo lendário carregado de criaturas bizarras que estendiam os horizontes da ficção até ao limite. O resto é história, com a devida dose de lenda...

Segundo consta, quando a indústria do cinema ainda lutava contra os efeitos devastadores do crash financeiro de 1929, Merian C. Cooper, ao ter a ideia de criar «a Oitava Maravilha do Mundo», chamou ao seu escritório Fay Wray, já experiente nas lides do cinema de terror, para lhe dizer que iria contracenar com «o actor mais alto e moreno de Hollywood».

Perante a estrela, que acabou por ficar para sempre ligada ao êxito desta bizarra história de amor, os adjectivos apontados pelo ex-realizador de documentários só encaminhavam para um actor: nada mais nada menos, do que Cary Grant.