IRA. «Quer acabar com a Guerra do Terror? Sim ou não?» Senador Jasper Irving (Tom Cruise)
O cinema de causas, de discurso abertamente político está, hoje em dia, pouco exposto nas salas de cinema. As mensagens ainda surgem no ecrã, mas muitas vezes camufladas por missões heróicas estereotipadas ou efeitos especiais que quase obnubilam as motivações de quem quer passar uma mensagem.
O que se passa é que há sempre múltiplas orientações, ideologias que confundem, algo que o cinema tende, por motivos diversos (sendo o principal por razões de simplificação dramática face a um espectador que gosta pouco de duplos sentidos...), a sintetizar numa generosa arte maniqueísta.
Para lá desta constatação, Robert Redford constrói em PEÕES EM JOGO um interessante novelo assente nos tempos movediços de hoje, com a ordem internacional sobejamente conhecida e mediatizada, na qual os norte-americanos são mais do que meros «peões».
Por isso mesmo, o filme acerta ao dividir-se em três histórias, esquemáticas é certo, mas que se esforçam por retratar três modalidades discursivas: uma na crença conservadora de avançar sobre o inimigo (no espectacular encontro entre a jornalista interpretada com mestria por Meryl Streep e o senador republicano de Tom Cruise); outra no ideal liberal, algo carente de ideais (conversa entre o professor interpretado por Robert Redford e o seu jovem pupilo); e a da peripécia no terreno de guerra, vivida em alta tensão por dois soldados, de mente aberta ao diálogo, mas que rejeitam cruzar os braços perante os desafios bélicos do seu país.
Neste ambicioso e complexo tecido geopolítico, o realizador Robert Redford volta a demonstrar ser capaz de criar um cinema político sério que, para lá das conotações liberais da sua mensagem, se esforça por mostrar que a guerra se constrói (e manipula) em diferentes campos e que os media têm uma palavra a dizer na elaboração do facto político.
Se há uma personagem que talvez fraqueje na sua espessura, essa é a do próprio Redford, um professor veterano que parece querer copiar o estilo de Robin Williams em «O Clube dos Poetas Mortos». Fora isso, há aqui bom cinema, excelente direcção de actores e um bom argumento, daqueles que nos fazem hesitar perante as notícias que circulam e o espaço entre a verdadeira motivação de um político e a encenação encontrada para a divulgar.
O que se passa é que há sempre múltiplas orientações, ideologias que confundem, algo que o cinema tende, por motivos diversos (sendo o principal por razões de simplificação dramática face a um espectador que gosta pouco de duplos sentidos...), a sintetizar numa generosa arte maniqueísta.
Para lá desta constatação, Robert Redford constrói em PEÕES EM JOGO um interessante novelo assente nos tempos movediços de hoje, com a ordem internacional sobejamente conhecida e mediatizada, na qual os norte-americanos são mais do que meros «peões».
Por isso mesmo, o filme acerta ao dividir-se em três histórias, esquemáticas é certo, mas que se esforçam por retratar três modalidades discursivas: uma na crença conservadora de avançar sobre o inimigo (no espectacular encontro entre a jornalista interpretada com mestria por Meryl Streep e o senador republicano de Tom Cruise); outra no ideal liberal, algo carente de ideais (conversa entre o professor interpretado por Robert Redford e o seu jovem pupilo); e a da peripécia no terreno de guerra, vivida em alta tensão por dois soldados, de mente aberta ao diálogo, mas que rejeitam cruzar os braços perante os desafios bélicos do seu país.
Neste ambicioso e complexo tecido geopolítico, o realizador Robert Redford volta a demonstrar ser capaz de criar um cinema político sério que, para lá das conotações liberais da sua mensagem, se esforça por mostrar que a guerra se constrói (e manipula) em diferentes campos e que os media têm uma palavra a dizer na elaboração do facto político.
Se há uma personagem que talvez fraqueje na sua espessura, essa é a do próprio Redford, um professor veterano que parece querer copiar o estilo de Robin Williams em «O Clube dos Poetas Mortos». Fora isso, há aqui bom cinema, excelente direcção de actores e um bom argumento, daqueles que nos fazem hesitar perante as notícias que circulam e o espaço entre a verdadeira motivação de um político e a encenação encontrada para a divulgar.
De Robert Redford (2007)
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Feito há moda dos longos filmes de conspiração política, este novo trabalho de Robert Redford é um tratado de cinema nos dias agitados de hoje, com muitas críticas ao rumo da Governação norte-americana. Concordando-se ou não com o discurso que pende para o liberalismo, o filme é um profundo jogo de actores, que se movem num tabuleiro de xadrez gerido por convicções nem sempre muito homogéneas. Tom Cruise e Meryl Streep são o ponto alto do filme, numa longa conversa digna de antologia. Fora isso, Redford mantém a competência na gestão de duas outras histórias que criam um mosaico sério sobre a convulsão política. E o medo de tomar decisões.
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