12 de agosto de 2007

O MAIOR PECADO DE... Wim Wenders

PREGUIÇA. «Esta é uma perda secante de celulóide.» GREENWICH VILLAGE GAZETTE
Numa altura em que Wim Wenders já era a referência que ainda é hoje, eis que dá um tiro no pé de grandes dimensões. Quando todos estávamos ainda a digerir o peso musical e narrativo do belíssimo documentário sobre Cuba («Buena Vista Social Club»), eis que o cineasta de «Paris, Texas» aceita o repto de dirigir um filme escrito por Bono dos U2 e produzido por Mel Gibson (que faz uma perninha como actor, mas bem podia ter evitado mais uma mancha no seu currículo). MILLION DOLLAR HOTEL - O HOTEL foi vaiado em festivais de cinema porque é, realmente, tão pretensioso no seu estilo quanto vazio de conteúdo e estilisticamente limitado. É daqueles filmes que parece tão cool e convencido de si mesmo, que cai por terra devido ao vazio de emoção. Bono pode ter jeito para criar canções «orelhudas», mas quanto à escrita para cinema deixa a desejar... Num futuro não muito distante, várias personagens bizarras (e desinteressantes) cruzam-se num hotel manhoso de Los Angeles. Porquê? Porque sim, até porque há um filho de um famoso milionário que morre em circunstâncias misteriosas. O caso policial passa para trás das costas e Wenders prefere seguir a relação sem um pingo de autenticidade entre uma Milla Jovovich desajustada e o tonto criado por Jeremy Davies (a roçar o insuportável). Chega de mau gosto? Não, há ainda uma simulação de um suicídio em câmara lenta para mais tarde não recordar. O que vale é que já ninguém se lembra deste filme. Só das duas penosas horas que dura.

CRÍTICAS DE FUGIR
- DIÁRIO DE NOTÍCIAS: Talvez quando Wim Wenders passar de moda volte a fazer bons filmes.
- TORONTO STAR: Se querem ver um bom filme de Wim Wenders, experimentem os anjos de «As Asas do Desejo».
- CINEMA 2000: O resultado é um embaraçoso videoclip, cujas intenções «piedosas» não faz desaparecer a sensação de que as personagens que habitam o Million Dollar Hotel são «freaks».
- CITYSEARCH: Um caso de poesia sem sentido.

Sem comentários: