AVAREZA. «Quando dirijo um filme, nuca penso sobre como quero filmar algo. Apenas o faço.» MICHELANGELO ANTONIONI
Deve ter sido a semana mais negra do cinema na última década e... ainda vamos só a caminho da quarta-feira. Hoje, acordei ainda mais pobre do que ontem com a notícia da morte de Michelangelo Antonioni. É certo que o cineasta de BLOW UP já tinha 94 anos, padecia de doença e estava inactivo. Mas era outra poderosa referência que há muito cristalizara nas minhas noções cinéfilas. Espero que Woody Allen, Clint Eastwood, Martin Scorsese, Pedro Almodóvar, Wong Kar-Wai e Kusturica estejam de boa saúde... É que para referências já bastam as perdas destes dois últimos dias. E que dizer de Antonioni? Que era um instigador de novidade visual, o cineasta da angústia, o arquitecto de uma arrojada temporalidade? Isso já se sabe. Que deixa uma obra onde sobressaem títulos como BLOW UP, ZABRISKIE POINT ou PROFISSÃO: REPÓRTER (ainda há uns meses reposta em sala de cinema), também. Então o que falta? Mais uma absoluta vénia a esta personificada instituição italiana, nome em letras maiúsculas de um certo tipo de cinema de autor, lento e anguloso, que nos ajuda a perceber que o cinema pode ser mais do que a linearidade de clichés e que é muito mais do que razão. Sim, o que o cinema de Antonioni nos mostra é o ímpeto do instinto. E o cinema está mais pobre...
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