7 de novembro de 2007

Nova reverência à Fnac








INVEJA.
«Só pode haver um entendimento entre a mão e o cérebro se o coração servir de mediador.»
MARIA (Brigitte Helm) in Metropolis (1927)

É o lugar mais tentador das redondezas por condensar num só espaço aquilo tudo que gostaríamos de ter em casa. Comparo-a a uma espécie de Toys'r Us para adultos, mas a Fnac é muito mais do que isso: é a biblioteca ideal, a discoteca de causar inveja, a montra de plasmas, portáteis e sistemas de som que um dia queremos ousar vir a ter. E pior de tudo: a videoteca que ultrapassa qualquer videoclube.

Já alguém pensou a razão porque todos os videoclubes têm sempre os mesmos filmes? Na verdade, 90 e tal por cento dos clubes de vídeo assemelham-se aos canais de cinema da televisão por cabo - mostram sempre os mesmos filmes, insistem nas novidades lá do lado de Hollywood e fazem de conta que o cinema europeu, oriental e até o clássico norte-americano nunca existiu.

Pois é, a Fnac até nisso é perfeita: tem secção de documentários, packs para todos os bolsos com obras de western spaghetti, de Kurosawa ou de Ingmar Bergman, ao mesmo tempo que não desdenha os clássicos, as produções marginais ou os filmes que tenham estreado há mais de uma década.

Quando já estávamos rendidos a cem por cento - e a desejar pôr defeitos na oferta para não comprometer (ainda mais...) o orçamento mensal - eis que a Fnac não se dá por satisfeita e toca a lançar obras em DVD que nenhuma distribuidora nacional ousou pegar. Sim, isso mesmo: foi buscar títulos essenciais do cinema que estavam esquecidos.

Desde METROPOLIS, de Fritz Lang, a F DE FRAUDE, de Orson Welles. A última das últimas foi o lançamento de vários títulos dedicados a Jean-Luc Godard e Jim Jarmush. Um aviso: Fnac deixa de ser tão útil e não reveles tamanho bom gosto. É que a gente começa a desconfiar...

1 comentário:

Anónimo disse...

deves viver num mundo muito cor de rosa ou tens uma cultura limitada