28 de julho de 2006

Os pinguins também são estrelas de cinema

E continua a revisão bem escolhida do que se passou no último ano cinematográfico na sala 3 do Cinema King. Hoje é dia de documentário gelado, para contrastar com os dias quentes de Verão. A Marcha dos Pinguins foi um dos êxitos-surpresa do ano passado e colocou a França no território do documentário mediático, que culminou com a atribuição de um Óscar de Melhor Documentário. Na verdade, o filme não é totalmente documental, opta pela dobragem melodramática, em jeito de ficção intimista, que tem melhores resultados do que se poderia esperar. E é surpreendente que tanta gente tenha aceite o desafio de contemplar belas paisagens e reconciliar-se no ecrã com as rotinas e os caprichos ambientais que a Natureza criou. Longe das grandes produções e efeitos especiais de costume...

Pecado do Dia: Avareza

O realizador Luc Jacquet surpreendeu meio mundo com o seu estilo fluído e poético na forma de filmar de muito perto o ciclo da vida dos pinguins-imperadores. O resultado é uma deliciosa fábula, que nos faz pensar que a Natureza faz sentido. O primor técnico, a capacidade da câmara surgir em todos os espaços sem ser notada, os diálogos sentimentais e a banda-sonora atmosférica fazem de A Marcha dos Pinguins uma obra enternecedora, menos científica que o típico documentário televisivo e capaz de ultrapassar as expectativas na narração do dia-a-dia familiar. Os pinguins-imperador são das espécimes mais raras do planeta, as que lutam contra o clima mais feroz e agora são também estrelas de cinema. Daquelas que vão ficar sempre coladas à retina... * * * *

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