SOBERBA. Retomo aqui o espaço de previsão do que o mês cinematográfico pode ter de melhor para oferecer, ainda que já estejamos a um terço de Outubro. Digo «pode» porque alguns deles apenas se baseiam em estimativas e boas críticas, embora a ambiguidade de um filme é também o que torna tão interessante. O Outono chegou e com ele um abrandamento aparente - até ao Natal, refira-se! - dos «blockbusters».
- A VIDA INTERIOR DE MARTIN FROST: Não se tem falado de outra coisa até porque Paul Auster veio cá de propósito mostrar que este é um projecto da sua inteira responsabilidade. Se se tiver em conta a sua realização «Lulu on The Bridge» há uma certeza - este é um filme para admiradores do solipsismo ficcional de Auster. A produção, essa, é de Paulo Branco.
- A ESTRANHA EM MIM: Começa a fazer-me comichão a obsessão de Jodie Foster por papéis intensos, de mulheres que gostam de vestir as calças. Porém, neste caso, em causa está um plano de vingança, muita disruptura psicológica e uma realização expressiva de Neil Jordan.
- UM AZAR DO CARAÇAS: Apesar do desastrado título português de «Knocked Up», esta comédia norte-americana foi a surpresa do Verão pela combinação sensível entre o romance e o jogo de enganos. Uma mulher (a nova coqueluche Katherine Heigl) engravida após uma noite sem sentido com um homem que nada tem a ver com ela. Será «Um Amor Inevitável» do século XXI?
- O ESCAFANDRO E A BORBOLETA: O filme de aura mais independente do mês vem da França e tem assinatura de Julian Schnabel, o mesmo de «Antes Que Anoiteça». Um caso de persistência até porque reflecte sobre um editor perdido num corpo paralizado.
- A OUTRA MARGEM: Promete ser o «ovni» do mês, que pode funcionar muito bem... assim, como uma boa obra de Almodóvar... ou muito mal e tornar-se num filme xaroposo. A história é a de um travesti (o quase irreconhecível Filipe Duarte) que ganha novo fôlego quando faz amizade com uma criança que sofre de síndrome de Down.
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