13 de janeiro de 2009

«Slumdog Millionaire» 4, «Benjamin Button» 0

ESPECIAL DAVID FINCHER
SOBERBA. «O vosso louco e pulsante interesse pelo nosso filme é muito apreciado. Verdadeira e profundamente apreciado.» DANNY BOYLE, realizador de Slumdog Millionaire

Sempre tive interesse por galas de prémios de cinema. Gosto tanto de apostar nos vencedores dos Óscares, Palma d'Ouro, Urso de Ouro ou Globos de Ouro como há quem o faça nas corridas de cavalos. É certo que os melhores filmes raramente arrecadam os melhores prémios, mas também é certo que há sempre vontade em ir ver ao cinema a última Palma d'Ouro de Cannes ou aquele filme que venceu a categoria de Óscar de Melhor Argumento Adaptado.

Ter prémios é sinal de prestígio, atenção mediática e projecção... e é por isso que O ESTRANHO CASO DE BENJAMIN BUTTON apesar de todos os aplausos recebeu o seu primeiro grande revés no passado domingo, desiludindo ao não ganhar nenhum Globo de Ouro.

O valor do filme transcende tudo isso, a carreira de David Fincher sai impoluta, mas já era bom ver a Academia premiar um dos mais importantes e sólidos novos cineastas da sua geração. Esta é a primeira e prematura conclusão, até porque não vi ainda quase nenhuma das obras protagonistas desta noite. Em particular «Slumdog Millionaire», o grande vencedor da noite ao ganhar Melhor Filme Drama, Melhor Realizador, Melhor Argumento Original e Melhor Banda Sonora... basicamente todos os grandes prémios para os quais estava indigitado. Mas tenho enorme curiosidade até pelo tom assente num olhar globalizante, descomplexado e próximo de... Bollywood.

No fundo, será que é desta que Hollywood vai premiar aquele filme cómico contra-corrente, artisticamente mais desempoeirado do que os concorrentes? É que «Uma Família à Beira de um Ataque de Nervos» ou «Juno» tinham méritos para o conseguir. Se assim for, só a frescura dessa decisão será mais valiosa do que vermos a Academia completamente rendida a David Fincher. O seu tempo chegará...

O que é certo é que os Globos de Ouro revelaram-se dinâmicos e com vontade de arriscar, seja pela justíssima opção por Kate Winslet (provavelmente a mais talentosa actriz da sua geração), Heath Ledger ou «A Valsa com Bashir» para Melhor Filme Estrangeiro.

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