26 de julho de 2007

O MAIOR PECADO DE... Anthony Hopkins

PREGUIÇA. «'Instinto' é uma manobra de marketing a tentar fazer-se passar por um filme.» ENTERTAINMENT WEEKLY
A propósito de «Ruptura», nada como rever a carreira de um dos mais importantes actores de composição do cinema americano. Sim, as atenções nasceram para Anthony Hopkins graças ao seu desenho dramático de Hannibal Lecter (que explorou até à exaustão em três filmes), mas há também espaço, na sua já longa carreira, para uma série de tiros ao lado. Em particular, no percurso mais recente. Dito, seco e directo, com excepção deste «Ruptura» e «Indian - O Grande Desafio», a carreira de Anthony Hopkins nos últimos 10 anos tem sido feita de trejeitos que já conhecemos, pose de veterano intocável e ausência de qualquer réstia de inventividade. Que ele é um senhor, já o sabemos. Que anunciou há um bom par de anos que se ia retirar do cinema, também. O que é certo é que não o fez... mas, se calhar, deveria tê-lo feito. Ou talvez, filtrar ainda mais as suas interpretações. Em INSTINTO, o artificialismo surge em cada cena e Hopkins tem um desempenho feito à medida do ideal do «grande desempenho» (mas está a milhas desse conceito, na verdade): o actor é, aqui, um cientista que prefere viver entre os animais por já não se vincular com as imposições sociológicas. E defronta um psiquiatra (medíocre Cuba Gooding Junior) numa tentativa de reabilitação. E não é que ela aparece mesmo ao fim de uma série de lugares-comuns, acção de pacotilha, intriga brejeira e uma realização demasiado «by the book» de Jon Turteltaub? O que fica no final? Um imenso vazio e um papel que não chega aos calcanhares do prestígio do actor.

CRÍTICAS DE FUGIR:
- DIÁRIO DE NOTÍCIAS: O pior do «rousseauismo» pomposamente actualizado com tontices «new age» sobre a «bondade natural» do ser humano.
- FILMCRITIC.COM: Filme muito previsível e cansativo.
- SAN FRANCISCO EXAMINER: Um moribundo, ruidoso exercício de filme de prisão.
- CHICAGO SUN-TIMES: Se existe algo pior do que um filme criado a partir de bocados de maus argumentos, é um filme feito de bocados de bons argumentos.

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